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Como investir na Bolsa e ganhar – Lição 3: Noticiário e gerentes de banco não vão ajudá-lo

Se você quer investir na Bolsa como um home broker (investidor caseiro, em tradução livre), infelizmente terá de buscar informações praticamente sozinho. O noticiário econômico diário dificilmente lhe dará a direção sobre qual empresa investir ou mesmo dar uma dica segura de compra ou venda de ações.

Por vários motivos: primeiro porque não há praticamente nenhum jornalista especializado na grande imprensa que tenha conhecimento de todo o mercado de ações. E também, acima de tudo, por cuidado: ninguém quer se responsabilizar.

Só que você também não deve esperar nada de seu gerente de banco. Nunca conheci um que tivesse conhecimento suficiente do mercado para me sugerir esta ou aquela ação.

Lembrem do que eu disse em meu primeiro texto desta série, sobre eu ter ganho 200% líquidos com a Braskem entre março de 2015 e janeiro de 2017.

INVISTA SOZINHO NA BOVESPA

Eu fiz tudo sozinho, e tomei sozinho a decisão de comprar as ações.

Nos 20 meses em que mantive as ações da petroquìmica, então envolvida em denúncias e suspeitas, não vi um só texto, não vi uma única análise de ninguém no jornalismo ou no mercado financeiro sugerindo que o valor da BRK5 (código da Braskem) poderia ter um ganho espetacular em questão de meses.

Os balanços da empresa estavam lá o tempo todo para quem quisesse ver, mas nenhum analista (ou jornalista) parou e disse: “Apesar das suspeitas, os fundamentos e as receitas da empresa são ótimos. Vale investir”

Não.

Tudo que lia era gente prevendo a bancarrota da petroquímica, espalhando rumores sobre venda de ativos, de que estava prestes a ser vendida por um dos sócios (Odebrecht e Petrobras), que iria afundar com rebaixamento de nota, que havia poucas chances de todos saírem ilesos do escândalo e coisa e tal.

Pois após muita pesquisa eu comprei R$ 100 mil em ações. E 20 meses depois eles haviam virado mais de R$ 300 mil (líquidos, já descontado o imposto e as taxas)

Um dos problemas dessa falta de informação é crônico:  o jornalismo econômico (como outras editorias) parece destacar sempre as notícias ruins.

É comum a imprensa econômica destacar com estardalhaço as quedas, as bombas, as crises das empresas (e das ações), mas quase nunca dão o mesmo espaço à recuperação das mesmas.

AÇÃO DERRETE

“Ação derrete”. “Empresa perde bilhões em 24 horas”. “Ações da empresa Y vira pó após escândalo”.

Você já deve ter lido várias vezes esses títulos em reportagens de sites e jornais, certo?.

O que você não sabe é que essas mesmas empresas (a maioria absoluta delas, aliás) recuperaram o valor que tinham antes do “derretimento” dias, semanas ou meses depois destes títulos sensacionalistas e nada informativos.

Entenda: o mercado oscila para cima e para baixo, esse é o jogo.

Mas o que você vai ler na imprensa é quase sempre apenas o “para baixo”. Lamento, mas essa é uma característica do jornalismo que você pode considerar, vá lá, necrófila.

No próximo texto vou dar mais dicas de como você pode investigar por si mesmo a situação de uma empresa antes de decidir se vai ou não comprar suas ações.

Espero estar ajudando com estes textos singelos e despretensiosos.

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