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Globais querem usar decisão do STF para anular multas da Receita

Globais querem usar decisão do STF para anular multas da Receita

Globais querem usar decisão do STF sobre o caso Sheherazade para anular multas da Receita, emitidas nos últimos cinco anos.

Sim, parece estranha a frase acima, mas está correta.

Advogados de artistas e jornalistas da Globo, autuados pela Receita nos últimos anos, pretendem usar a decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o caso Sheherazade.

Segundo eles, o fato de o ministro ter proclamado que empresas podem contratar funcionários terceirizados de qualquer área (PJ) pode beneficiar  dezenas de ex-globais.

Famosos na malha fina

Reynaldo Gianecchini, Deborah Secco e muitos outros profissionais da Globo ou que saíram de lá estão recorrendo de autuações fiscais “monstruosas”.

Eles foram multados porque a Receita considerou que a contratação deles como PJs era uma forma deles e da Globo sonegar imposto.

Mas, a decisão de Alexandre, pode derrubar essa tese, acreditam advogados com Leonardo Nogueira, conhecido como o “advogado das estrelas” do Rio de Janeiro.

O advogado está defendendo os artistas em dezenas de casos.   

Em julho, em entrevista a este jornalista, o advogado afirmou que “não há sentido em contratar artistas pela CLT”.

Para ele, o artista não tem apenas um trabalho, mas vários: na publicidade, em eventos, em grifes, de forma que contratá-los com carteira assinado é um erro.

Entenda o caso

Na semana passada, o STF decidiu que Sheherazade não tinha direito de pedir direitos de CLT pelos 10 anos que trabalhou no SBT como pessoa jurídica.

O Ministro Alexandre de Moraes decidiu que a chamada “pejotização” se tornou legal a partir da reforma trabalhista de 2017.

Portanto, disse ele, Rachel não podia agora aparecer nos tribunais reivindicando direitos trabalhistas de quem é registrado em carteira.

Bonner e Cia. na mira

Acontece que, nos últimos cinco anos, a Receita multou profissionais da Globo (fala-se em mais de 30) justamente porque eles era “pejotizados”.

No entendimento do órgão, eles deveriam ser contratados pela CLT. A Globo, concluiu a Receita, estava fazendo esse tipo de contratação para sonegar impostos.

No entanto, a decisão do SBT destruiu esse argumento, uma vez que, para o Supremo, não há nenhuma ilegalidade nesse tipo de contratação.

Quem mais tem a festejar com isso, no entanto, é William Bonner.

Âncora do JN foi perseguido

Em 2019 ele foi autuado, multado e condenado a pagar atrasados pela Receita no valor de mais de R$ 20 milhões.

Em nota enviada à época, a este jornalista, ele confirmou que pagou o cobrado, mas que estava acionando os advogados para reaver o dinheiro.

O motivo de sua dívida: era “pejotizado” e tinha “funções de CLT” na Globo. 

Portanto, segundo os auditores da Receita, se tratava de sonegação, uma vez que PJs pagam 15% de imposto, enquanto um celetista pagaria 27,5%.

Na verdade, para muitos, estava claro que a Receita estava  promovendo uma “caça” aos globais que Jair Bolsonaro tinha como inimigos.

Além da decisão do STF no caso Sheherazade, Bonner teve mais um ponto a seu favor.

Soube-se este ano que um chefe da Receita Federal, simpatizante a Jair Bolsonaro, invadiu os dados de Bonner em Brasília ilegalmente.

Bonner e a Globo eram considerados os “inimigos nº 1 e 2” do ex-presidente.

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