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Opinião – O império da Globo na mídia acabou

Opinião - O império da Globo na mídia acabou

Opinião – O império da Globo na mídia acabou, e os últimos anos mostram que todo o poder que essa empresa teve na cultura e sociedade hoje é só uma lembrança.

Por mais de 50 anos a Globo ditou seu conteúdo como uma espécie de “bússola nacional”.

Sua dramaturgia era cantada em verso e prosa mundo afora; as produções da Globo Filmes grassavam nos cinemas; o top 10 das rádios sempre tinha canções da trilha de suas novelas.

A Globo já ditou moda; infestou o país com bordões de seus personagens; decidiu se e quando uma novela podia ou não ter beijo gay.

A Globo decidia quem seria a próxima cantora queridinha do país. E quando cancelou algum artista, foi implacável.

Até mesmo o pacífico Boni perdeu a compostura quando Jô Soares mudou para o SBT, em 1988: criticou o genial empregado publicamente.

Era assim que a Globo se via: como a dona da porra toda. E ra mesmo.

Predadora

A TV Globo aberta teve décadas monopólio no esporte brasileiro e mundial, bem como os grandes sucessos dos cinemas.

O Grupo Globo no passado foi um veículo tão predatório e desleal que comprava torneios, filmes e séries dos grandes estúdios, mas não exibia nenhum.

Simplesmente para que seus concorrentes não comprassem.

Deixa legado também

A Globo foi a primeira a ter rede nacional; foi quem trouxe a TV paga para o Brasil; a única a investir pesado em cinema, e a primeira a ter streaming.

Ela fez grandes colaborações para o país, justiça seja feita. Deixa seu legado não só no meio artístico, mas até o de infraestrutura, coo no caso da TV por assinatura.

Empresa bem gerida

O Grupo Globo sempre foi perfeito em lutar pela própria sobrevivência. Soube que isso tudo que estou falando ia acontecer cedo ou tarde, e se preparou.

O grupo não depende mais apenas da mídia ou do audiovisual. Enquanto a qualidade do seu conteúdo começou a decair, ela se protegeu em outros setores.

Os Marinho hoje são sócios ou acionistas de um monte de empresas mundo afora, que vão do mercado financeiro ao corporativo, e de tecnologia e medicina.

Conteúdo está à deriva

Porém, a Globo produtora de audiovisual está sem rumo. Perde público e ibope ano após ano.

Só faz remakes de novelas, sem criar e contar novas histórias; trocou o jornalismo de reportagem por uma infinidade de comentaristas e “opinadores” sobre tudo que há no Universo (pior: são os mesmos há décadas).

A Globo está vendo novelas turcas fungarem no seu cangote; perdeu o monopólio do esporte.

Suas músicas não tocam mais nas rádios. Chega a ser esnobada, quando não desprezada, por alguns artistas. A cobertura de Carnaval virou motivo de chacota nacional.

Seu maior investimento em décadas, o Globoplay, virou um ralo de dinheiro.

Até mesmo sua presença na internet, outrora um paradigma, hoje é uma salada de sites, marcas e cores sem muito sentido.

A Globo perdeu o rumo porque finalmente, depois de quase 60 anos, está enfrentando uma concorrência de verdade em todas as áreas da mídia e de conteúdo.

E está indo a nocaute. Estamos vendo o fim da “era Globo” na mídia brasileira.

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2 respostas

  1. Os Diários Associados foram o maior grupo de comunicação do século XX no país. A decadência começou a ficar visível nos anos 1960, quando começaram a se desfazer de emissoras de rádio, jornais, laboratórios farmacêuticos, a Láctea…e, no final da década, a morte do fundador, Assis Chateaubriand. Nos anos setenta, a falência de jornais e revistas. Em 1980, o fechamento da Rede Tupi, afundada em dívidas impagáveis. Reduzido a uma fração do que tinha sido, sobreviveu até o final da primeira década dos anos 2000, quando novamente teve que fechar jornais e se desfazer de emissoras de rádio e televisão. Hoje, se resume a dois jornais, duas emissoras de tevê e meia dúzia de emissoras de rádio. Todos com placa de “vende-se”. Conhecedores dessa história, a Família Marinho vem se desfazendo de todos os ativos pelo maior valor possível antes que não valham mais nada. Provavelmente, a Globo será adquirida pela Disney, Google, Meta ou Netflix, assim que a legislação permitir. Pior é a situação de SBT e RedeTV!. A TV mais feliz do Brasil não deve sobreviver à ausência física do fundador e a que mais cresce no país deve seguir os passos das antecessoras Excelsior, Tupi e Manchete. Melhor sorte devem ter Band e Record. A primeira, graças a parceria com algum gigante de mídia mundial, deve sobreviver e concorrer com a futura multinacional Globo. A Record, enquanto interessar à igreja, deve completar o trio.

  2. A Globo perdeu a identidade com o público. Sabe-se lá por decisões de quem, entrou em uma bolha e resolveu cuspir na classe média e desprezar a opinião do cidadão comum. Ninguém mais é refém da emissora, a ponto de não ter mais nada para assistir. Brasileiro gosta de novela, é só ver que as reprises a tarde, mesmo com tantos recortes, tem boa audiência. O problema são as histórias contadas nos novos folhetins e a péssima qualidade dos atores. Daí pagam mídias digitais para inventar pautas, divulgar a programação ou os artistas como se estivessem bombando, quando ninguém liga e não cai mais nessa. Chamados para o programa Encontro, esses mesmos intérpretes se sentem e são alçados a cientistas políticos, jornalistas, filósofos, psicanalistas… alguém quer mesmo ligar a TV na hora do almoço e ver isso?

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