Apesar de ser dirigido por um italiano, Luca Guadagnino, “Me Chame Pelo Seu Nome”, em cartaz nos cinemas desde o último dia 16, lembra um pouco a nouvelle vague francesa.
Não tivesse uma trilha sonora arrebatadora (e de bom gosto), lembraria até mesmo alguma obra humanista ou de costumes de Claude Chabrol ou de Eric Rohmer (se esse fosse menos puritano, claro).
Mas, o que fica do filme é a docilidade e a dubiedade que permeia praticamente todos os personagens.
Ah, propósito, concorre ao Oscar de Melhor Filme, mas isso –a estatueta– não deve ocorrer.
ERA UMA VEZ…
A premissa: o estudante norte-americano e trintão Oliver (o bonitão Armie Hammer), aparentemente mestre em etimologia, vai passar uma temporada na casa de seu professor (o ator Michael Stuhbarg) no norte da Itália.
Ele é recebido na casa e na cidadezinha com hospitalidade e olhares cobiçosos de todos os gêneros.
Entre os que o veneram em segredo está Elio, filho do professor Pearlman (Timothéé Chalamet), um garoto de 20 e poucos anos.
O problema é que Elio é completamente diferente de Oliver em tudo. É doce, sensível; um dedicado estudante de música (piano e violão). Mas a chegada de Oliver mexe muito com ele.
Ao contrário, o gringo Oliver tem modos rudes. É um bronco, até. É ensimesmado, seco, vaidoso, embora afável no trato com os outros.
“Acho que ele é tímido”, pondera o pai de Elio ao perceber que o filho está em óbvio magnetismo pelo forasteiro (que já fez participações como bonitão arrasa-quarteirão em outras produções, inclusive “Desperate Housewives” e “Gossip Girl”, entre outras).
O filme na verdade é sobre isso: timidez. E também paixão, obviamente.
“Me Chame Pelo Seu Nome” é definitivamente muito bonito e muito bem feito. E tem o mérito de impedir que você saia do cinema sem sentir nada.
Quero dizer, a menos que você seja imune às paixões e às dúvidas.
O quê: Me Chame Pelo Seu Nome
Onde: Em cartaz nos cinemas
Avaliação: Ótimo ????
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