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Crítica: Filme Sem Amor é uma aula sobre mesquinhez e egoísmo

Um menino incrivelmente lindo e fofo de 12 anos tenta se concentrar na sala de aula. Na hora do intervalo ele sai com os amigos para o pátio, mas seu olhar o tempo todo é vago, perdido, melancólico.

Ele é obviamente um solitário. Na verdade  parece estar entorpecido, como se fugindo, amortecendo ou se escondendo de algum tipo de dor.

Muito rapidamente você descobre a causa do estado psicológico da criança e de seu olhar tristonho: seus pais.

POBRE ALYOSHA

O nome do menino é Alyosha (Matvey Novikov), o personagem mais importante –e calado– de “Sem Amor”, um filme devastador sobre relacionamentos e a mesquinharia da raça humana.

Seus pais estão em processo de divórcio e são literalmente dois trastes (nota: atuações soberbas de Mariana Spivak e Alexey Rozin).

O pai é um cretino hipócrita, empregado medíocre e perdedor nato, preocupado em posar de bom pai de família apenas para o patrão do que sê-lo de verdade.

A mãe (lindíssima) é uma egoísta que parece ter um tijolo no lugar do coração.

Está mais preocupada em ficar bonita e bem depilada para o novo amante rico do que em dar qualquer sinal de educação (ou carinho) ao filho.

“Sem Amor” está em cartaz em apenas um cinema de São Paulo (Reserva Cultural), e se você gosta de dramas dolorosos, daqueles que te prendem na poltrona e depois te deixam literalmente com o coração na boca, não deixe de ir assistir.

Aproveite porque o filme deve sair logo de cartaz.

NÃO CASE, NÃO PROCRIE

De qualquer ponto de vista técnico, “Sem Amor” é um verdadeiro espetáculo. Lamentavelmente não foi escolhido para disputar o Oscar de Filme Estrangeiro pela Rússia. Porque mereceria.

Fotografia, edição, montagem, roteiro e principalmente um elenco inspiradíssimo, absolutamente tudo em “Sem Amor” é bem feito e comovente.

Na verdade pode-se dizer que o diretor russo Andrey Zvyagintsev (“Leviatã”, de 2015) esfrega na nossa cara como  algumas pessoas jamais deveriam se casar e muito menos ter filhos.

Escórias não deveriam tentar se reproduzir.

Não por receio de que produzam mais escória, mas porque, seja o que derem à luz, um dia abandonarão pela estrada.

Filme: “Sem Amor”

Onde: Em cartaz nos cinemas

Avaliação: Excelente ?????

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Veja o trailer oficial de “Sem Amor”