Neil Strauss é um respeitado jornalista e escritor norte-americano que escreve para a “Rolling Stone” e o “The New York Times” sobre celebridades.
Nos últimos 20 anos ele já entrevistou a nata dos famosos, especialmente os da música e do cinema.
Madonna, Lady Gaga, Paul McCartney, Ozzy, Eric Clapton, David Bowie… dificilmente um expoente cultural se recusa a falar com Neil, 49 anos.
O que aconteceu antes, durante e depois dessas entrevistas é o recheio delicioso que ele relata em “Fama & Loucura” (editora. Best Seller, 2014, 543 págs.).
O livro mostra que não há muito glamour no mundo dos jornalistas que cobrem entretenimento. É preciso muita paciência para conviver com essa gente.
Não é nada fácil conviver e depender de celebridades mimadas, temperamentais, malucas, descompensadas, arrogantes, sem falar nos megalomaníacos –distúrbio que parece afetar e uma boa porcentagem dos famosos.
Enquanto alguns artistas menores agem como se fosse preciosidades da natureza (como Julian Casablancas, do The Strokes), outros grandiosos se abrem de forma surpreendente, caso de Madonna e Lady Gaga.
O livro tem um design muito saboroso, com muitas ilustrações, ironias e que às vezes lembra revistas alternativas norte-americanas de música dos anos 80.
São sempre entrevistinhas curtas, mas reveladoras e quase todas divertidas. Em alguns casos as celebridades se confundem e pensam que estão falando com algum tipo de terapeuta.
Na conversa com Lady Gaga, o tema é Britney Spears, por exemplo. Com Pete Townshend eles discorrem sobre Roger Daltrey. Já com Paul McCartney o assunto é John Lennon; com Ozzy Osbourne, o AC/DC…
O autor também consegue falar com gente que normalmente não dá entrevistas, como Brian Wilson, Tom Cruise, Neil Young e Rick James, entre outros.
São essas coisas que fazem do livro uma leitura obrigatória tanto para quem se interessa por entretenimento e também para quem gosta de jornalismo.
CELEBRIDADES LOUCAS
“Fama & Loucura” é quase um manual profissional de paciência.
Uma das melhores tiradas do livro é a incrível dificuldade que o jornalista tem para entrevistar Pharrell Williams.
Pharrell nunca atende o telefone ou, quando atende, está sempre ocupado e precisando desligar imediatamente. É o personagem que mais aparece e o que menos “existe” para o escritor.
É hilário, mas também não deixa de ser sintomático –e merecido– que seu nome não esteja na capa do livro.
Ps – Se quiser saber a visão não de um homem, mas de uma mulher que cobre o mundo celebridades, eu sugiro também o livro “Chega de Falar de Mim”, de Jancee Dunn (Panda Books, 2007). Você vai rir muito também.
Livro: “Fama & Loucura” (editora Best Seller, 2014)
Autor: Neil Strauss
Avaliação: Excelente ?????