Forrozeiros, “piseiros” e demais representantes desses estilos no Nordeste e Norte do país (como Xand Avião, na foto acima) têm evitado falar sobre quem votarão no próximo domingo (30).
Isso já estava chamando a atenção do universo musical desde o início do ano, mas ficou ainda mais evidente nesta reta final do 2º Turno da eleição presidencial.
Enquanto os sertanejos já venderam sua alma, digo, apoio publicamente a Jair Bolsonaro, o mundo do forró está quietinho. Tanto os artistas como seus empresários.
Eles se recusam a declarar voto, mas todos sabem que o coração do “mainstream” forrozeiro é Bolsonaro.
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Curiosamente, assim como os sertanejos, eles também têm dívidas enormes com a União. Bem menores, mas ainda respeitáveis.
Apesar disso, o mundo do forró entende a eleição de uma forma diferente: mesmo apoiando Bolsonaro em segredo, teme declarar apoio publicamente a ele, e justamente por causa das dívidas.
Além disso, o resultado da votação no Nordeste, onde o petista massacrou Bolsonaro, também mostra aos artistas que eles devem ter cuidado com o que falam dentro de casa.
Mas, a verdade é que temem muito mais um governo Lula.
Temem que ele “vá para cima” dos devedores, mais do que deixar rancor ou mágoa no candidato à reeleição pelo PL.
Um dos planos petistas para gerar mais receitas seria justamente fortalecer o Fisco e, consequentemente, a cobrança dos caloteiros,
Além disso, esse apoio também não seria bem vindo agora que estão sendo investigados por supostos esquemas e superfaturamento de shows em pequenas cidades do país.
Por via das dúvidas, grana
No entanto, segundo o site Ooops apurou, tanto os forrozeiros como seus empresários fizeram doações de campanha tanto para Lula como para Bolsonaro.
O popular “ficar bem na fita”.
O que menos recebeu apoio e dinheiro foi justamente um filho da terra em que habitam: Ciro Gomes. Não por acaso, o que tinha menos chance de ganhar.
Dívidas até o pescoço
O grupo empresarial A3 e bandas como Aviões do Forró, Forró dos Plays e Solteirões do Forró estão entre os que estão segundo autuados, segundo o Regularize.
O Regularize é um portal, aplicativo ou balcão digital de negociações entre empresas devedoras e o Leão, e com acesso público. Você pode baixá-lo no Google Play. O nome do app é “Dívida Aberta” e…
(Péra! Escapou! Revelei onde todo brasileiro agora pode xeretar as dívidas de empresas com o governo ?️?)
Por exemplo, uma estrela já abocanhada pelo felino fiscal é Xand Avião. Só ele deve R$ 3,33 milhões.
Outra banda, a Solteirões do Forró, deve R$ 575,8 mil. São devido a dívidas e multas por sonegação.
Os solteirões também deram uma “pisadinha” (desculpem! desculpem! ?) na Previdência de alguns funcionários: têm mais de R$ 9.000 “pendurados”.
O empresário Carlos Aristides, um dos expoentes executivos do forró nordestino, deve outros R$ 215 mil neste momento, segundo o portal federal.
R$ 292 mi por sonegação
No entanto, ele e muitos outros empresários e artistas (como Xand) foram investigados e multados em 2018, quando a Receita autuou a Aviões do Forró.
Foram nada menos que R$ 292 milhões por sonegação, como informou à época o site G1.
Aparentemente foi feito um acordo, porque essa dívida do Aviões e seus donos desapareceu dos registros federais. Todos já abriram novas empresas, como a Viber.
Todas as pessoas físicas e jurídicas citadas nesta reportagem também foram ou estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) do Ceará.
Quase todos os autuados se declararam inocentes, mas estão acatando as multas.
Impossível medir
A verdade é que o valor total de dívidas, o montante real que foi sonegado até hoje pelo mundo forrozeiro, assim como o sertanejo, é incalculável.
Por dois motivos:
1 – quando uma empresa fecha acordo com o Fisco, ela é retirada do portal; não é possível acompanhar os fatos a partir daí, e saber em que pé estão; se um autuado PF ou PJ que fez acordo, voltar a dar “calote”, o nome volta para o portal; mas não é possível saber em quanto tempo;
2 – É ainda mais incalculável porque ainda há dezenas, quiçá centenas de empresas ligadas aos artistas, mas que estão registradas em nome de mulher, filho, agentes, empresários, procuradores, amantes etc.
Todos na mira
Como dito acima, além da Receita, muitos forrozeiros (e sertanejos) estão sendo investigados pelos Ministérios Públicos Federais, por causa do escândalo do superfaturamento de shows em pequenas cidades do país.
Por exemplo, só em uma região de São Paulo (São José do Rio Preto) teriam desviado R$ 168 milhões, segundo investigações do MPF iniciada em 2015.
Outros lados
O site Ooops está tentando falar com os citados no texto, mas ainda não obteve sucesso.
Porém, se eles quiserem se antecipar e se manifestar, este texto será atualizado.
