Quer mais conteúdo?
Minhas redes

Exclusivo – Mulher que acusa Melhem de assédio foi sua amante por 7 anos

Mulher que foi amante de Marcius Melhem por 7 anos e foi a 1ª a acusá-lo de assédio sexual

Este texto é parte de uma série de reportagens e vídeos que o site Ooops vem fazendo sobre a acusação de assédio de sexual de 8 mulheres contra Marcius Melhem, ex-diretor da Globo

O capítulo de hoje é espantoso. Nele, vamos revelar uma personagem até agora totalmente desconhecida.

Apesar de não ser uma das OITO mulheres que acusam Melhem de assédio sexual na polícia, o papel dela pode ser considerado o “marco zero” da denúncia.

Sua atuação e atitudes nos bastidores foi fundamental para que o caso virasse um escândalo nacional.

Para entender o caso

Antes, uma contextualização sobre o caso.

Este colunista publicou no UOL mensagens entre Calabresa e Melhem; ela tentou proibi-lo de divulgar as conversas mas Justiça permitiu

Entre o final de 2019 e início de 2020, Dani Calabresa e outras sete atrizes globais denunciaram o ex-diretor.

O caso explodiu entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, quando a revista “piauí” publicou duas longas reportagens com a denúncia.

As reportagens traziam detalhes que caracterizavam o ex-diretor como um abusador e predador sexual.

Após quase dois anos de investigação (100% solitária) por este jornalista, a história se mostra totalmente diferente do relato que foi divulgado e revoltou o Brasil.

Este site teve acesso a testemunhas oculares , documentos, fotos, postagens das acusadoras (quase todas apagadas por elas), áudios e vídeos envolvendo as acusações.

Também teve acesso a fontes dentro da Globo, inclusive uma ligada ao “compliance” da emissora.

Esta é uma história inédita e desconhecida não só do público, mas da equipe de acusação, da equipe de defesa, da polícia e do Ministério Público.

Ninguém sabe do que contaremos a seguir.

Esse é mais um capítulo desta investigação jornalística.

Marcius Melhem foi responsável por trazer Dani Calabresa para a Globo e repaginar programas como o “Zorra”

Era uma vez uma paixão

A via crucis enfrentada por Marcius Melhem desde o final de 2020, na verdade, começou dois anos antes. Ou, talvez, quase 10 anos antes da matéria da “piauí”.

Uma década atrás, Melhem e uma roteirista/escritora da Globo iniciaram uma tórrida paixão (consentida). A relação duraria cerca de sete anos, até 2018.

Muita gente no departamento de humor da Globo sabia do caso, mas ninguém jamais se preocupou em bisbilhotar ou se intrometer.

Casos são comuns na emissora, que não proíbe relações românticas ou casuais entre funcionários.

Os amantes

No primeiro ano desse “affair”, essa mulher era solteira, e Melhem era casado.

Ela, por sua vez, era liberal e também tinha outros relacionamentos dentro e fora da Globo, além dele. Era um acordo aberto e sem compromisso; um acordo de “ficantes”.

Só que ela também casa. Na maior parte do tempo em que durou a paixão, tratou-se de uma relação extraconjugal de ambas as partes.

A desconfiança

Depois de casada, essa roteirista e Melhem continuaram os encontros românticos, como os vinham fazendo nos últimos cinco ou seis anos.

O problema é que o marido dela rapidamente passou a desconfiar. Ele a questionava sobre sua proximidade “excessiva” com Melhem. Ela negava tudo.

Porém, mais tarde ela cometerá um erro CRASSO: seu carro quebra e ela começa a frequentar a casa de Melhem de Uber.

Só que ela esqueceu ou não sabia que as confirmações das viagens iam para o e-mail do marido. Ele a confrontará, e sua família também.

A desculpa

Ou seja, Marcius Melhem virou “assediador” para ela esconder do marido e de todos que tinha um amante.

Antes, ela inventava desculpas: que ele a “obrigava” a trabalhar na casa dele; que gostava do seu trabalho; ou que gostava dela; ou que talvez até tivesse uma “quedinha” por ela há anos, mas que nunca havia acontecido nada entre eles; que o marido deveria se tranquilizar.

E essa roteirista continuou vendo seu amante.

Atriz que foi amante de Melhem por 7 anos engravidou; e não sabia se o pai era o marido ou Melhem (Foto – Reprodução CNN Brasil)

A gravidez

Voltando à ordem cronológica: pouco tempo depois do casamento, ela engravidou. E entrou em pânico:

Não sabia a princípio se o pai da criança era Melhem ou o marido.

Foi com alívio que ela descobre que não era do amante, e então eles continuaram a se ver.

A paixão parecia ser tão intensa e atemporal que ela continuou a procurá-lo para transarem mesmo durante a gravidez.

Inclusive há mensagens em que ela o procura e pede para se verem: está com saudade, está carente.

Pulgão atrás da orelha

O problema é que o marido e a família cansam das desculpas. Não acreditam mais que a relação dela com Melhem era apenas profissional.

Ela é confrontada: deveria dizer o que estava acontecendo. E já.

Assim, encurralada, ela mente e diz que Melhem a assediava sexualmente. Mas, repetiu, estava tudo bem, ela não trabalharia mais com ele; iria mudar de área na Globo, até para não vê-lo mais.

A parente é enganada

Muita gente seguiu desconfiada, mas ao menos uma pessoa da família dessa roteirista da Globo, uma ex-atriz da emissora, acreditou nela.

Ela quis que a parente denunciasse Melhem, mas ela disse que não. Que estava tudo bem e que, afinal, nunca tinha acontecido nada entre eles. Que aquilo estava encerrado.

Claro que ela não queria que mais ninguém soubesse: poderia ser flagrada na mentira.

Concepção do Big Bang (Reprodução/ Shutterstock/ Pinterest)

O Big Bang da denúncia

Contextualizando: essa crise familiar acontece em 2018, um ano antes de Dani Calabresa denunciar Melhem à Globo (final de 2019). Só que ela será fundamental para o escândalo que revoltou o país.

Lembremos que Calabresa primeiro o acusa de assédio moral. Só depois vai acusá-lo também por assédio sexual. Por quê?

Era uma (outra) vez…

Precisamos voltar um ano, a 2018. Precisamos voltar à “vítima” nº 2. Aquela que um ano depois irá acusar Melhem, segundo a revista “piauí”, de lhe ter pedido um “boquete” dentro da emissora.

Só que em 2018 não havia ódio, ao contrário. A “vítima nº 2” e ele flertavam havia meses.

Já tinham viajado juntos, feito uma peça juntos, eram confidentes e, aparentemente, grandes amigos.

 Imagem – Pinterest – Stephen Morton  em Getty Images

A informante

A nº 2 também ouviu a denúncia da ex-amante, e conta tudo para ele. Provavelmente em clima jocoso, pois tanto ela como muita gente na Globo sabia, havia anos, do caso entre Melhem e a roteirista.

Melhem, aparentemente, não se importa com a história. Provavelmente pensou que a roteirista havia sido flagrada mentindo pelo marido, e que inventou uma desculpa (o que de fato aconteceu)

O caso de quase sete anos acaba. Ele está novamente sozinho. E começa uma nova relação.

Agora com a amiga e confidente de anos: a a atriz nº 2. Que depois será a 2ª das 7 atrizes a acusá-lo de assédio sexual no Ministério Público.

Como este colunista publicou em junho, no UOL, um extrato das mensagens trocadas entre ela e ele durante o ano de namoro mostra que ambos estavam apaixonados. Eram mensagens carinhosas, de admiração e até divertidamente pornográficas.

Só que essa paixão também terminaria: no segundo semestre de 2019, Melhem “dá o fora” nela.

Desde o princípio, a despeito da insistência e de algumas cobranças dela (presentes em várias mensagens), Melhem dissera que não queria se envolver em nada sério.

A Grande Arquiteta do Ódio

Pois bem, cheia de ódio e desprezo por ele, ela trama sua vingança.

E aí aparecerá o dedo do destino: tudo isso ocorre EXATAMENTE no momento em que Dani Calabresa o acusa de assédio moral no DAA (Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico) da Globo.

Calabresa havia sido afastada de dois programas da Globopor ele; também teve de recusar dois convites do canal GNT. Ela entendeu isso como assédio moral do chefe.

Enquanto isso, a ex-namorada, ressentida, aproveita da situação para se vingar. A partir daí ela será a principal arquiteta da destruição pública do ex-namorado.

Quadro “Os Amantes”, do pintor belga René Magritte (1928)

Ela, que sabia tudo sobre a mentira que a ex-amante dele havia dado à família e amigos, diz que também vai denunciar Melhem por assédio e abuso.

Ela recebe um apoio extra da roteirista, ex-amante dele por quase 7 anos, que também acha uma oportunidade de se livrar da desconfiança dentro de casa.

Só que a roteirista foi esperta. Embora passasse a agir nos bastidores e tentasse cooptar mais mulheres para denunciá-lo (sem sucesso), ela se recusa a fazer parte das “vítimas de Melhem”.

Acha que assim estará protegida. Ledo e redondo engano.

No fim, acaba sendo convocada pela Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), no Rio, para explicar outras coisas. Ela é convocada a depor porque Melhem cita e traz o nome dela para o caso: quer que a delegada saiba que ela (e aqs demais) estava escondendo algo.

De qualquer forma, são essas mulheres, a atriz ex-namorada dele, a roteirista ex-amante dele, e a parente da roteirista que vão “pilhar” Calabresa para também acusá-lo de assédio sexual.

Destino selado

A essa altura, no final de 2019, o destino do ex-diretor de Humor da Globo já estava selado.

  • Por Calabresa, que é convencida a levar a acusação de assédio sexual à emissora, o que ela faz
  • Pela ex-namorada, que também vai dizer que foi abusada, assediada (e mais tarde dirá também que foi manipulada pela “mente maquiavélica” dele).
  • Pela parente da ex-amante, que acaba virando testemunha de acusação.

Nesse momento ainda surgirá ainda mais uma personagem acusatória: uma autora, desde 2015 na Globo (e já demitida também).

Essa autora tinha um ressentimento antigo contra o ex-diretor e chefe Melhem (contaremos sua história em outro texto).

Começa a via crucis de Melhem

E é assim, dessa forma bizarra, cheia de mentiras passionais, familiares e profissionais que nascerá a denúncia que acabou com Melhem. Vamos recapitular:

A acusadora “nº zero”: roteirista e ex-amante de Melhem; a mulher que precisava esconder da família que teve um caso com ele por quase sete anos;

A acusadora nº 1: Dani Calabresa, que se deixou convencer pelas outras a também destruí-lo publicamente, e não apenas nos departamentos da Globo;

A acusadora nº 2 e principal arquiteta da denúncia: A mulher que, claramente, por ódio e ressentimento passional (está nas mensagens e áudio), decide que sua vingança será terrível;

A acusadora nº 3: a atriz que foi enganada pela enteada; que acreditou que ela foi assediada, e não que teve um caso tórrido de quase sete anos e que quase teve um filho dele. Essa atriz é uma das testemunhas de acusação.

A acusadora nº 4: a tal autora. Outra irritada profissionalmente, que guardava enorme mágoa dele (como disse, trataremos dessa personagem em outro momento), também será testemunha de acusação central.

Acusadoras de Melhem promoveram blitz dentro da Globo para obrigar outras mulheres a acusá-lo de assédio

Blitz da “causa” na Globo

São essas mulheres que, como este jornalista descobrirá ao ouvir várias testemunhas, passarão a assediar e intimidar outras mulheres da Globo para que entrem na denúncia.

E que ameaçarão com “cancelamento” as que se recusarem a fazer isso.

É a ex-namorada e atriz nº 2 quem vai liderar essa blitz de uma forma tão agressiva que acabará sendo denunciada ao compliance da Globo.

Será acusada de intimidar outras funcionárias da casa. É também ela a que tem o depoimento e a versão mais risível. E que, quando é flagrada mentindo nos depoimentos à polícia, corre criar uma nova narrativa.

É o ódio dessa ex-namorada, atriz e roteirista o combustível de toda a denúncia contra o ex-diretor. Somada à estratégia da ex amante de se safar da culpa por um caso extraconjugal dentro de casa.

Assim termina este capítulo do caso em que Calabresa e outras mulheres acusam Melhem de assédio sexual.

Em breve , mais matérias exclusivas sobre o caso. A saber:

TODAS as mensagens, que estão nos autos, trocadas entre Calabresa e Melhem entre 2015 e 2019;

TODAS as mensagens, que estão nos autos, trocadas entre Melhem e a ex-namorada e atriz que depois acusará de lhe pedir “um boquete” (“piauí”, fevereiro de 2021).

Mais bastidores exclusivos sobre as denúncias e mensagens das demais mulheres que acusam Melhem de assédio sexual, inclusive as da ex-amante dele e personagem central desta história

Outro lado

Desde o início do caso, os escritórios de defesa de Dani Calabresa e outras sete mulheres têm se recusado a comentar o caso, pois corre em segredo de Justiça.

“A Defesa está focada no que realmente importa: as investigações de assédio (…). Nada justifica o assédio.”

Caso a Defesa das supostas vítimas queira se manifestar este site publicará a nota e atualizará o texto.

Conheça o site Ooops

Por que denúncia de assédio contra Melhem empacou na polícia