As supostas vítimas de Marcius Melhem voltaram a se mobilizar na última quinta-feira (15), dois dias após a publicação da “Veja” que trouxe provas materiais, que demoliram boa parte da “narrativa” das acusadoras até agora.
Desde junho, este jornalista já vinha publicando com exclusividade informações e provas inéditas sobre o caso, no portal UOL.
No último dia 4, decidiu transferir esta cobertura exclusiva do caso para o site Ooops e o Canal Ooops no YouTube.
Todas as informações aqui são exclusivas, em primeira mão. A acusação não têm se pronunciado sobre os desdobramentos do caso, exceto por meio de uma nota (veja no final deste texto).
Elas têm origem em cerca de dois anos de investigação exaustiva do caso, obtenção de documentos, áudios, vídeos, fotos, postagens e, principalmente, de contato com testemunhas oculares ou presenciais –é o caso desta reportagem
Segundo fontes do site Ooops, oito acusadoras, principais testemunhas de acusação contra Melhem e suas equipes de advogados (as) fizeram uma reunião presencial na semana passada.
Procuram-se novas acusadoras
Ficou decidido nesse encontro que a prioridade, após a série de reportagens desfavoráveis que estão sendo publicadas, é achar já outras mulheres que se proponham a acusar Melhem de assédio sexual (mas estão aceitando até se for moral).
O curioso é que Isso é algo que elas não conseguiram entre 2020 e 2021, a despeito da pressão que fizeram. Bom frisar: todas as “vítimas” do ex-diretor fazem parte de um restrito grupo de amigas íntimas (na polícia, alegam que não se conheciam).
A partir de 2020, após o ator e ex-diretor cair em desgraça com a reportagem da “piauí”, elas tentaram tomar posse da direção de Humor da Globo.
Enquanto isso pressionavam e até intimidavam outras funcionárias da Globo a também denunciá-lo na polícia.
“Fazemos qualquer negócio”
Segundo áudios obtidos com exclusividade pelo site Ooops, as acusadoras estão aceitando até mulheres que façam denúncias 100% anônimas.
Ou seja: se propõem a ouvir seus “testemunhos” sem que mostrem a cara.
Além disso, garantem que vão “alterar digitalmente” a voz das colegas “para não prejudicar ninguém” (veja mais abaixo).
Este site não publicará áudios agora para não colocar em risco a segurança pessoal e a carreira das mulheres que foram e estão sendo procuradas.
Voltemos à reunião de quinta
Um dia depois da reunião de quinta-feira, elas decidiram reiniciar uma “blitz” conjunta para procurar funcionárias e ex-funcionárias da Globo, para que denunciassem o ex-diretor de Humor da Globo por assédio sexual.
Elas fizeram isso durante os últimos dois anos, sem sucesso.
Vale lembrar que, em 2020 e 2021, mesmo negando terem sofrido assédio, duas funcionárias da dramaturgia da Globo foram apontadas como “vítimas caladas” de Melhem, pelas acusadoras.
Contra suas vontades, essas funcionárias foram convocadas pela polícia para depor.
Elas depuseram, negaram o assédio e ainda disseram que trabalhariam com ele novamente em qualquer tempo.
Antes, a blitz pesada
Como este site mostrou revelou com exclusividade, após a queda e demissão de Melhem na Globo, duas arquitetas do plano contra Melhem (Verônica Debom e Luciana Fregolente) tentaram tomar posse do núcleo de Humor da Globo.
Ao mesmo tempo, elas promoviam o que testemunhas deste site disseram ser uma “blitz pesada” dentro da emissora.
A líder dessa blitz, segundo fontes, era a atriz Verônica Debom. ?
Sei lá, ódio de ex é diferente ?
Debom namorou Melhem por mais de um ano, a partir de meados de 2018.
Nesse período eles trocam mensagens apaixonadas, carinhosas, de admiração mútua; viajam juntos, trabalham juntos, trocam nudes e até fazem declarações divertidamente pornográficas.
Mas, após o fora, Debom muda do vinho para o vinagre. Ele rompe com ela no segundo semestre de 2019.
Quem vem a ser exatamente na mesma época em que Dani Calabresa o acusa de assédio moral no DAA (Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico), dias após perder dois papéis na emissora (“Fora de Hora” e “A Gente Riu Assim”).
No entanto, pressionada pelas atrizes Debom e Maria Clara Gueiros; a roteirista Bárbara Duvivier (ex-amante de Melhem por quase 7 anos e enteada de Gueiros); e mais a ex-autora da Globo Luciana Fregolente, Dani Calabresa aquiesce e volta ao DAA para acusar o chefe também de assédio sexual.
Em nome da “causa”
Em seguida, todas começaram a contatar outras funcionárias para que entrassem na denúncia “pela causa” (a causa das mulheres que sofrem assédio sexual).
As que se recusaram, foram ameaçadas de “cancelamento” e de terem suas carreiras prejudicadas. “Não nos procure mais”, era a frase que diziam.
Debom chega a ser denunciada no “compliance” da Globo, acusada de intimidação e assédio moral contra outras mulheres. Uma fonte (feminina) ouvida por este jornalista afirma que ela estava “visivelmente transtornada”.
Agora, a blitz fofa
Como quase todas as acusadoras (vítimas e testemunhas) foram demitidas, e não têm mais qualquer poder de prejudicar a carreira das outras mulheres, a abordagem agora mudou: sai a intimidação e a ameaça; entra a voz mansa e a “meiguice”.
O site Ooops obteve áudios e testemunhos que mostram a ação de ao menos duas dessas mulheres desde a semana passada.
Em um deles, uma ex-funcionária da Globo foi procurada por telefone no último sábado (17).
(foram feitas algumas mudanças aqui para impedir a identificação das assediadas.)
“Oi, fulana, tudo bom? Olha só, tô ligando porque, você sabe, estamos aí numa grande luta pela causa de todos nós”.
E continuou: “A gente sabe que você foi próxima do Melhem. Estamos todas juntas, sinta-se acolhida e fique à vontade para falar o que quiser. Por acaso você não teria nada pra contar (contra ele) e ajudar a gente?”
Ao responder que não, a interlocutora reiterou: “Ah, você sabe, somos muitas vítimas (dele), mas sabemos que algumas têm medo de se falar. A gente entende.”
“Nós mudaremos a sua voz”
Em outro contato, outra “caçadora” de “vítimas” diz que estão “procurando novos fatos e histórias ocultas”.
Afirma ainda que elas e advogados (as) estão dispostos a qualquer coisa para “protegê-la”.
Inclusive, para “maior tranquilidade”, elas podem receber denúncias verbais e anônimas:
“Amiga, se você preferir, nem precisa se identificar. Você pode entrar como denúncia anônima. Seu nome e sua cara não aparecerão. E nós mudamos sua voz (digitalmente) pra ninguém reconhecer você.”
Uma dessas “arregimentadoras” é uma atriz e escritora, que divide seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos.
Na peça de acusação da advogada Mayra Cotta, ela foi a oitava mulher a acusar Melhem de assédio sexual.
Uma funcionária da Globo, ouvida nesta segunda (19) pelo site, diz que essa atriz sempre foi amável e cheia de elogios para Melhem.
“Ela dizia sempre que ele era um gênio do humor, e que era um cara sensacional.”
Outro lado
Desde o início do caso, especialmente da publicação dos desdobramentos e reportagens que alteram a “narrativa” da acusação, os advogados das oito “vítimas” de Melhem não se manifestaram mais.
Abaixo, a nota sempre distribuída:
Leia a nota completa dos advogados abaixo:
“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.
Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça.
Nada justifica o assédio.”
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