A partir desta quinta (22), as oito mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual começam a se reunir para gravar um documentário “dramatizado”: querem expor apenas suas narrativas sobre o caso.
Depois de uma sequência de reportagens deste site Ooops, da revista “Veja”, e de Roberto Cabrini (Record), que colocam em xeque ou mesmo desmentem as acusações, além da repercussão negativa que tudo isso gerou junto ao público, as atrizes tentam contra-atacar com um filme que contenha a versão delas, sem ninguém para contestar.
Tapando os buracos
Diante dos muitos “buracos” e mentiras (comprovadas documentalmente) narradas por elas na peça de acusação contra o ex-diretor de Humor da Globo, elas tomaram três decisões:
2. Não dar entrevistas a jornalistas que não estejam envolvidos na “causa” (acusação);
3. Gravar um documentário como forma de conteúdo com “narrativa controlada”.
Segundo este site apurou, a direção do “documentário” será de Flávia Lacerda (ex-Globo).
Entre os “convidados” para dar depoimentos estão Gregório Duvivier (cuja irmã Bárbara foi amante de Melhem por sete anos), e Marcelo Adnet (ex-marido de Dani Calabresa).
Os demais depoimentos serão dados, basicamente, pelas mulheres que criaram um grupo de WhatsApp em 2020, após o afastamento do ex-diretor de Humor.
O grupo passou meses dedicado apenas a criar “denúncias” contra ele, segundo este site apurou.
Choro e ranger de dentes
As primeiras informações sobre o roteiro apontam que o filme deve ser “o mais dramático possível”.
As atrizes foram orientadas a se “deixar levar pelas emoções”; que chorem e tentem convencer o público de que foram vítimas de um assediador serial dentro e fora da Globo.
Como dito acima, o documentário não terá o chamado “outro lado”. A ideia é que tudo seja narrado apenas por elas e sem questionamentos.
Infantaria da “causa”
A diretora Flávia Lacerda integra a chamada “retarguarda das vítimas” desde 2020 e, assim como elas, também vem tentando “arregimentar” mais mulheres.
O site tem áudios com mensagens trocadas entre essa “infantaria” com outras mulheres, expondo essa estratégia.
“Drama, choro, trauma, dramatizando cada sofrimento”, foi a orientação dada a elas para as gravações.
Refazendo as “narrativas”
As oito mulheres denunciaram Melhem ao Ministério Público e à Deam (Delegacia Especial de Atendimento às Mulheres) em 2021, meses depois da reportagem da revista “piauí”.
O texto e os relatos pintaram Melhem como um assediador e predador sexual.
Após o depoimento delas, a advogada Mayra Cotta fez pedido expresso para que elas não precisassem ser ouvidas novamente.
Traumatizadas
O objetivo, defendeu Cotta, era impedir que elas, que já haviam sido traumatizadas, não deveriam de forma alguma relembrar o sofrimento e assim serem “revitimizadas”.
Porém, em 4 de novembro de 2021 foi a vez de Melhem fazer sua defesa e de seus advogados entregarem provas (mensagens, áudios, vídeos e postagens, além de testemunhas) que, basicamente, “desmontavam” os relatos das acusadoras.
Um exemplo foi sobre a principal acusadora, e que se auto intitula vítima de assédio: a atriz Verônica Debom.
Pega na mentira
Segundo parte dos autos do processo, obtidos por este site, ela o acusa de tê-la humilhado logo na primeira vez que fizeram sexo.
Debom afirmou em depoimento que Melhem, após a noite inaugural de “amor, criou um grupo de WhatsApp chamado “Sexo” e incluiu nele outros funcionários e funcionárias do Humor da Globo.
Nele, disse Debom, o ex-diretor se gabou da “façanha” de seduzi-la, e que isso foi humilhante e a traumatizou.
Mensagens obtidas com exclusividade por este jornalista, e publicadas em junho, mostram algo completamente diferente: foi Verônica Debom quem criou o grupo e foi ela quem se gabou de ter transado com o chefe.
Diante das provas materiais da Defesa, as acusadoras de Melhem mudaram de ideia: foram pedir à delegada da Deam para depor novamente. A Deam e o Ministério Público rejeitaram o pedido.
Até o momento, Melhem foi investigado apenas por mulheres: 3 delegadas, duas promotoras e uma juíza. E até o momento não foi indiciado.
Agora as acusadoras preparam a versão “2023” das narrativas por meio de um documentário “chapa-branca”.
Não há data prevista para o lançamento, mas as negociações estão sendo feitas com canais.
A diretora trabalha atualmente para a HBO.
A Defesa de Calabresa e as outras sete mulheres tem divulgado sempre a mesma nota a respeito do caso.
Alegando “sigilo de Justiça”, se recusam a comentar. Veja a nota:
Abaixo, a nota sempre distribuída:
Leia a nota completa dos advogados abaixo:
“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.
Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça. Nada justifica o assédio.“