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Exclusivo – Histórias tristes de assédio sexual na Globo

Projac, sede da dramaturgia da Globo, no Rio

O tema “assédio sexual na Globo” não sai do noticiário nos últimos anos

O assunto entrou em pauta após a denúncia de Dani Calabresa e outras sete mulheres contra o ex-diretor de Humor da Globo, Marcius Melhem, entre 2019 e m 2020.

Elas afirmaram que foram vítimas da sanha de Melhem por anos. A “denúncia” foi “revelada” numa reportagem da revista “piauí” em dezembro de 2020.

O ator e ex-diretor rebateu as denúncias com provas materiais mostrando não só incongruências, mas mentiras consumadas das denunciantes.

Elas, por sua vez, tentam desde então, a todo custo, retomar o controle da “narrativa” que tiveram por quase 1 ano e meio.

Porém, apesar de estar sendo alvo de escrutínio e investigação por seis mulheres nos últimos dois anos (três delegadas, duas promotoras e uma juíza), Marcius Melhem até o momento não foi nem sequer indiciado.

O caso no momento está nas mãos do Ministério Público e caberá à promotoria apresentar um “parecer”: ou pede a abertura de ação penal e transforma Melhem em réu; ou pede o arquivamento do caso.

Este vídeo fala de assédio sexual e seu tema pode ser sensível a algumas pessoas; recomenda-se cuidado

Histórias de horror

Porém, embora as histórias de assédio sexual na TV Globo entre homens e mulheres esteja na berlinda, esta jornalista tem outros casos que ouviu de testemunhas dentro da emissora ao longo dos últimos 25 anos.

Lembrete: há casos denunciados em quase todas as emissoras (e emrpesas brasileiras, diga-se). Nada disso é algo que só ocorre na Globo.

O SBT, inclusive, teve por anos um diretor de elenco, já morto, que foi acusado de pedofilia, como relatou o site “Notícias da TV”.

A Globo só é alvo desta reportagem por causa do Caso Calabresa. E por ser a mais importante emissora do país.

Era uma vez…

Em 1997, troquei a cobertura política e policial pela televisão. Foi o ano em que pisei nas dependências do Projac pela primeira vez.

Desde então ouvi relatos de casos estarrecedores de assédio sexual na emissora.

Todos os casos que ouvi envolviam os núcleos de dramaturgia da casa. Sejam os de novelas, sejam os de humor.

Artistas LGBT foram alvo de assédio na Globo (e em outras emissoras) por décadas

Só tem um detalhe notável e extremamente curioso que percebi ao longo dos anos: quase TODOS os relatos que eu ouvia falavam de assédio sexual contra gays e lésbicas.

Isso mesmo, leitores e leitoras do site Ooops.

O que grassava nos bastidores da Globo, no passado, diziam testemunhas, era o assédio pesado de funcionários de todos os escalões da dramaturgia contra jovens atores gays; contra figurantes gays; contra prestadores de serviço gays. Ou bissexuais.

Mas, não apenas eles: alguns funcionários tentavam “converter” atores e atrizes heterossexuais e levá-los para algum sofá macio.

Claro que também havia assédio heterossexual, e a própria atriz Luana Piovani relatou ter sido assediada na década de 90 pelo diretor Carlos Manga (1928-2015).

Mas, aparentemente, os alvos mais constantes eram artistas gays e lésbicas.

O tal quartinho do c* e da cocaína foi uma realidade na dramaturgia da Globo. Esse tempo passou.

Quartinho do c* e do pó

No final de 2020, a atriz Maria Zilda e o ator Oscar Magrini surpreenderam o mundo da TV ao declararem que não só existia teste de sofá na Globo, como também um famigerado quartinho “do cu e do pó”.

O cômodo serviria para o uso de drogas e relações sexuais entre funcionários da dramaturgia.

Quanto ao teste de sofá, o assunto jamais foi uma lenda, e sim uma realidade da TV. E não só na Globo, mas em praticamente todas as emissoras.

Assédio gay

Um caso relatado a este jornalista teria ocorrido por volta de 2001, quando um jovem ator foi fazer teste para “Malhação”. Ele havia passado pela oficina de atores da Globo e deveria se apresentar ao núcleo.

Foi recebido por um funcionário de escalão menor e levado para o tal “quartinho”. Ali, esse (ex) funcionário da Globo pediu que ele tirasse a roupa sem qualquer explicação.

O jovem ator percebeu o que estava acontecendo e se desesperou.

O assediador, porém, continuou suas investidas, até que o rapaz o afastou e saiu do quartinho. Testemunhas viram o rapaz em choque deixando o local.

O resultado: o jovem ator jamais fez parte do elenco.

Diretores, autores e quetais

Também são muitas as histórias envolvendo um famoso escritor de novelas que usava sempre o mesmo modus operandi para “predar” suas vítimas.

Vale lembrar que, até o final dos anos 2000, os novelistas tinham tanto ou mais poder que os diretores em questão de escolha de elenco.

Eles costumavam indicar e até exigir que determinados atores e atrizes fizessem papéis específicos.

Na última década os “predadores” ou acusados de assédio sexual na Globo foram todos demitidos

Predador com critérios

O relato feito a este jornalista mostrava que o famoso novelista agia sempre da mesma forma.

Ele selecionava sempre um jovem e desconhecido ator para suas novelas. Quase sempre oriundo das oficinas de atores da Globo.

Selecionava de acordo com seu gosto pessoal, e os eleitos eram SEMPRE muito jovens.

Quando o rapaz era aprovado, o autor o convidava “cordialmente” para ir a sua casa jantar e “discutir as nuances do personagem”.

Quando o incauto novato chegava, era embebedado e atacado pelo “autor”.

Autor acabou com personagem de ator que lhe deu “um fora”

O autor

Sabe-se ao menos um caso em que o jovem se envolveu com o novelista, mas se separou dele depois que a novela começou.

O autor, rancoroso e vingativo, simplesmente desapareceu com o personagem. Esse ator, até onde a gente saiba, nunca mais fez novelas na Globo.

Nota importante: embora seja apenas um relato de um amigo desse ator, ouvido por este jornalista, é preciso fazer uma ressalva:

Para evitar que inocentes sejam alvo de especulações insidiosas, quero declarar que o caso relatado acima não envolve de forma alguma o autor Aguinaldo Silva.

Aguinaldo jamais usou de seu poder para obter qualquer tipo de vantagem pessoal, muito menos sexual, como novelista. Ele sempre viveu (e vive) de seu próprio talento. E que talento. É bom deixar claro.

Diretor “paternal”

Outro caso rumoroso envolvia as atitudes de um outro ex-diretor da Globo. Ele já deixou a emissora há muito tempo (mas ainda está vivo).

Esse senhor tinha uma espécie de “confraria sexual” de funcionários e artistas que frequentavam sua casa e vice-versa. Aos amigos, tudo.

Esse diretor assediava não só artistas, mas qualquer ser bípede que entrasse no radar de seu núcleo.

Ele assediava a vítima na frente de membros da confraria, que não só faziam vistas grossas, como ainda riam e ridicularizaram os que resistiam.

Resistir, no caso, era sinônimo de dispensa.

Quem não aquiescia ao assédio de poderosos na Globo era dispensado da dramaturgia

O famoso

O diretor costumava levar suas “presas” para o famoso “quartinho do hedonismo”. A propósito, esse quartinho foi uma de suas “obras”. Foi ele que o montou. Nunca o vi ou entrei nele, mas amigos na emissora mostraram qual era sua localização.

Parecia ser um cômodo em uma construção, dentro de outra construção, e em um lugar afastado no Projac. Um lugar “tranquilo” e sem fiscalização.

Lembrando que naquele tempo não havia câmeras em quase nenhum lugar na dramaturgia da globo.

E, as que tinham, eram de péssima qualidade e resolução, como podem imaginar.

Uma vez por ano, justamente nesta época (dezembro), essa “confraria” alugava ou usava uma mansão nos arredores do Rio para um encontro.

Ali, eles se trancavam por três dias para uma espécie de “festa de Baco”, regada a álcool, sexo e drogas.

Era o mais importante evento maior do grupo. Contava com atrizes, atores, produtores, figurantes e amigos que fizeram uma espécie de “pacto silencioso”.

Houve uma confraria de pessoas na Globo que tinha um pacto sexual

O pacto

Por três dias, TUDO ali era permitido. TUDO (exceto pedofilia ou zoofilia; coprofilia, chuva dourada etc. eram permitidas, tudo bem). Mas, havia uma condição:

Ninguém poderia se trancar nos quartos: sexo, uso de drogas ou de qualquer coisa tinham de ser feitos à vista de todos. Não podia haver segredos entre o grupo.

O tal diretor, segundo relatos, passava três dias “doidão” e agindo como “diretor”: fingia estar filmando cenas de sexo e “orientando” os casais sobre o que deveriam fazer.

Essa festa “orgiástica” foi por muitos anos também uma “prova de iniciação” para jovens atores que tivessem esperanças de trabalhar na Globo.

Isso valia também para mulheres, Nesse grupo havia também predadoras lésbicas decididas a fazer suas presas de todas as formas.

Tudo isso é passado

Caros leitores, leitoras e espectadores (as), é preciso dizer que todos esses relatos são de fatos que aconteceram há muitos anos.

A Globo mudou, evoluiu e criou mecanismos para evitar e punier o assédio sexual e moral

A partir da década passada, a emissora iniciou uma “limpa” em seus quadros e passou a não tolerar mais comportamentos como esses.

Denúncias passaram a ser investigadas. Muitos profissionais, homens e mulheres, de todos os escalões, foram defenestrados da emissora. Muitos jamais foram aceitos nem sequer para fazer novos trabalhos.

A partir de 2015 a Globo elevou ainda mais seus padrões e regras de ética e conduta, com a criação de seu departamento de “compliance”.

Não se pode dizer que não exista mais assédio na Globo. Mas, quem ainda for adepto dessa prática nojenta e for descoberto, vai perder o emprego.

Conheça o polêmico (e ultimamente perseguido) site Ooops

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