Há dois anos este jornalista vem cobrindo quase que solitariamente o caso Calabresa: a acusação a atriz e outras sete mulheres de assédio sexual contra Marcius Melhem.
Por isso, debruçando e investigando este caso, descobri mais uma história no mínimo estranha, a qual vocês saberão com exclusividade.
O site Ooops traz hoje para a roda um personagem “inédito”.
Trata-se do “misterioso” câmera Pedro Domingues Teixeira, da Globo. Ele já trabalhou em programas como o “Esquenta”, de Regina Cazé, e no núcleo de humor da Globo. Pedro testemunhou na polícia a favor de Calabresa.
À delegada da Deam, contrariando outras testemunhas que viram uma troca de beijos consensual entre Melhem e Calabresa, e nenhum assédio, o câmera disse ter visto a atriz ser “agarrada” por Melhem na famigerada festa do elenco do “Zorra”, em novembro de 2017.
Essa festa é o principal evento de acusação de Calabresa contra Melhem, publicado na revista “piauí” em 4 de dezembro de 2020.
“Ele era o chefe”
A delegada, então, questionou ao câmera sobre o que ele teria feito depois que viu o suposto ato de violência.
Pedro disse não ter feito nada na hora, porque Melhem era “o chefe”, e ele não queria se encrencar.
No entanto, Pedro afirmou à policial que enviou a Calabresa uma mensagem no dia seguinte à festa, perguntando se ela estava bem,
Não foi bem isso, não
Acontece que este jornalista ouviu testemunhas presentes à festa, além de relatos contidos nos autos da investigação.
Além das testemunhas não terem visto Calabresa ser agarrada por Melhem (nem mesmo sua melhor amiga, Maira Perazzo, que estava presente, como a revista “Veja” publicou no ano passado), essas testemunhas viram que ela e o tal câmera Pedro estavam aos beijos.
Cronologicamente, esse “affair” ocorreu depois das “cenas de agressão” que a humorista teria sofrido de Melhem.
Omissão grave
Em outras palavras, Pedro, o Câmera, mentiu à delegada quando disse que, tudo que fez, foi escrever a Calabresa no dia seguinte.
E omitiu que, logo após o suposto “evento” do assédio, ficou aos amassos com ela.
Vejam bem: não há nenhum problema algum em os dois terem ficado juntos.
Mas, a omissão da verdade impediu a delegada de fazer novos questionamentos a Pedro, e saber, por exemplo: detalhes do que ele viu; o que Calabresa lhe disse antes que tivessem o “affair”; como esse “affair” começou? Ela estaria correndo para os braços de Pedro por estar “fugindo” de Melhem?
Reconvocado
Segundo o site Ooops apurou, depois que o câmera foi desmentido por testemunhas e pela própria defesa de Melhem, a delegada então à frente do caso decidiu reconvocá-lo.
Queria explicações para o “lapso” de memória da testemunha. O problema é que essa delegada semanas depois deixou o caso.
Sua substituta provavelmente não percebeu que a testemunha de Calabresa deveria se reapresentar e, com isso, a história de Pedro, o Câmera, acabou sendo “esquecida”.
Mas, o site Ooops a recuperou.
Desde o início do caso, em meados de 2021, a investigação já esteve sob o comando ou acompanhamento de OITO mulheres autoridades: quatro delegadas, três promotoras e uma juíza.
Outro lado
A defesa de Dani Calabresa enviou a seguinte nota a este site:
“Daniela Giusti sempre respeitou o sigilo dos processos. Causa estranheza sua ciência de petições e documentos juntados aos autos sem possuir autorização judicial para tanto.”
Outro lado 2 – Defesa de Calabresa
Essa é a nota “padrão” a os demais defensores de Calabresa e as outras sete mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual.
“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.
Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça. Nada justifica o assédio.”
Assista a esta reportagem em vídeo no Canal de Ricardo Feltrin no YouTube
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