Duas testemunhas convocadas a pedido da defesa de Dani Calabresa, para que depusessem contra Marcius Melhem pela 2º vez, não deram as caras.
A atriz Karina Dohme e a ex-diretora da Globo Cininha de Paula não atenderam à convocação do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher).
Nenhuma das duas deu informações de seu paradeiro às autoridades.
Segundo este jornalista apurou, a carta pedindo o depoimento de Dohme voltou por causa de “endereço errado”.
Causa espanto...
É algo, no mínimo, processualmente estranho, já que ela foi convocada a pedido das amigas e continua postando e interagindo alegremente com elas em redes sociais.
Sobre Cininha de Paula: ela é uma das testemunhas (a outra é Maria Clara Gueiros) que acusou Melhem de ter assediado uma famosa atriz.
Essa atriz foi obrigada a depor para negar que isso tivesse acontecido.
Um caso único
Mas, a coisa fica mais surreal ainda: a defesa de Dani Calabresa e as sete mulheres que acusam Melhem pediu que Dohme e Cininha de Paula sejam convocadas novamente.
E fez outra petição que pode ser considerada juridicamente “surreal”: quer que a investigação de assédio moral que está sendo movido contra a Globo no Ministério Público do Trabalho seja “juntado” às investigações da polícia (que já duram quase dois anos).
O problema é que Marcius Melhem não faz parte e nem sequer está arrolado nesse processo.
Portanto não é alvo da acusação.
Mais “embromation”
A defesa de Dani Calabresa ainda fez uma outra petição: quer que ela seja ouvida novamente pela polícia, a despeito de sua advogada, dra. Mayra Cotta, ter praticamente exigido que isso não acontecesse após o final dos depoimentos, em 2021.
Calabresa também incluiu novas mensagens contra Melhem. Em uma delas, a atriz reclama do comportamento dele para sua mãe.
“Não vai correr pelado?”
Porém, no mesmo dia e nos seguintes, continua enviando mensagens carinhosas a ele, inclusive algumas de teor erótico.
Calabresa sempre cobrava dele a promessa de correr pelado diante de todos, caso o “Zorra” desse acima de um determinado ibope.
Em várias mensagens ela insiste que ele deve cumprir o que ele prometeu, o que ele jamais faz.
Calabresa o apelida de “o Promessinha”.
Agora imaginem se fosse ele dizendo isso a ela.
Desfecho ainda mais surreal
Apesar de tudo que foi escrito nos parágrafos acima, a delegada e o MP acolheram todos os pedidos da defesa de Calabresa. Os “novos velhos” depoimentos foram marcados para abril.
A casa das 7 Mulheres
Vale sempre lembrar que, desde o início desse caso, em junho de 2021, sete mulheres autoridades já estiveram ou estão envolvidas com as investigações contra Melhem. A saber: quatro delegadas, três promotoras e uma juíza (a única que está desde o início).
Outro lado
O site enviou uma série de perguntas para os advogados Kakay e Mayra Cotta, sobre os pedidos feitos ao MP e à polícia.
Se e quando enviarem resposta, este texto será atualizado.
Outro lado 2 – Defesa de Calabresa
Essa é a nota “padrão” que os defensores de Calabresa, e as outras sete mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual, enviam:
“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.
Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça. Nada justifica o assédio.”
Outro lado – Melhem
Desde o início do caso, a defesa de Marcius Melhem afirma que não vai comentar assuntos sob sigilo processual.
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