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Exclusivo: Atriz que acusa Melhem de assédio não o acusou de assédio

A atriz Debora Lamm, que acusou, mas não acusou Marcius Melhem

Não, leitores, o título acima não está errado. Está correto. Uma das oito atrizes da Globo que acusam Marcius Melhem de assédio sexual simplesmente não o acusou de assédio sexual.

Trata-se da atriz Debora Lamm, que trabalhou na Globo entre 2015 e 2018.

Seu testemunho está nas lacônicas 33 linhas da peça de acusação preparada em 2020 pela advogada Mayra Cotta, que defende as “vítimas” do caso.

Assista ao programa com esta reportagem exclusiva

Em nenhum momento da página e meia de seu depoimento ela diz ter sido assediada em qualquer momento pelo ex-diretor de Humor da Globo.

0Em 12 conversas e 78 mensagens trocadas ao longo de três anos (2017 – 2020), a atriz demonstra profunda afeição por Melhem, e vice-versa (veja as mensagens ao longo desta reportagem).

Mensagem entre Debora Lamm e Melehm,

Deu apoio após acusação

Todas as mensagens são carinhosas e ela não relata uma única vez em que teria sofrido qualquer assédio sexual da parte dele.

Após a denúncia de Calabresa e outras mulheres no “compliance”, no início de 2020*, Debora Lamm escreve a Marcius Melhem para lhe prestar solidariedade.

“Meu amor, estou do seu lado. Te acho um cara incrível e sua vida vai ser rodeada sempre de coisas boas, tenho certeza. Sua amizade me vale muito, te amo”, escreveu ela

Porém, dois meses depois já havia mudado de “lado” e passado a integrar o grupo das mulheres que o acusavam de um crime horroroso (nota: este site publicou anteriormente que a mensagem acima foi enviada no início de 2021; o correto é início de 2020).

“Você é parceiro querido!”

O relato contraditório de Lamm lembra o de outra acusadora, Renata Ricci.

Ricci não só admitiu ter feito sexo consensual com Melhem, como ainda lhe pediu para trazer lingeries de Paris, como o site Ooops publicou com exclusividade.

A impressão jornalística que dá é que essas atrizes entraram na peça de acusação apenas para “aumentar o número” de “vítimas”, sem que tivessem qualquer prova ou argumento nesse sentido. Pelo contrário.

No caso de Debora Lamm, isso também foi comprovado na “Veja”, em setembro do ano passado, na reportagem: “Caso Melhem x Calabresa: A vítima que não sabe se é vítima”.

Lamm dá apoio a Melhem após matéria da “piauí”

Relato ou ficção?

Debora Lamm é uma das melhores amigas de Verônica Debom, ex-namorada de Melhem que foi dispensada por ele no momento em que Dani Calabresa o acusa de assédio moral.

Ela é uma das únicas que “confirmou” a acusação de que Melhem assediou sexualmente Dani Calabresa na famigerada festa da equipe do “Zorra”, em 2017.

É a tal festa em que, após ser assediada, a humorista foi embora traumatizada e com “o coração na mão”

Esse relato já foi desmentido por testemunhas presentes, inclusive a melhor amiga de Calabresa, Maíra Perazzo.

Verônica Debom, ex-namorada de Melhem e uma das arquitetas da denúncia

Como começou tudo

Em 2020, Verônica Debom, que afirma em mensagem ter levado “um pé na bunda” de Melhem, começa a articular a destruição do ex-namorado.

Ela conta com a ajuda da roteirista Barbara Duvivier (amante de Melhem por sete anos, e flagrada traindo pelo marido); a autora Luciana Fregolente (que tratava Melhem como desafeto na Globo); e a atriz Maria Clara Gueiros (madrasta de Duvivier) a denúncia contra o ex-diretor e ator.

Duvivier, Fregolente e Gueiros são testemunhas de acusação.

Em 2019, elas convencem Calabresa a aumentar suas acusações para assédio sexual também, o que ela faz.

Então passam a “caçar” outras funcionárias da Globo para que entrassem na acusação.

Como não conseguem, passam a intimidar as que se recusavam, e as ameaçavam de cancelamento, como provam depoimentos dados na polícia e na Justiça Cível, onde Melhem processa Calabresa por danos morais.

Debom chega a ser denunciada no “compliance” da Globo, por intimidação e até ameaças contra funcionárias da emissora.

Mayra Cotta, Gueiros, Debom, Fregolente e sua filha Carol: arquitetas da denúncia

Desmentidas de novo

Essas mulheres também acusaram Melhem de ter assediado outras duas funcionárias da Globo. As duas foram depor e negaram que isso tenha acontecido.

Uma dessas mulheres, uma atriz, foi pressionada desde o ano passado a mudar seu depoimento.

Em conversa privada com este jornalista, ela voltou a negar que tenha sofrido qualquer tipo de assédio de Melhem.

Como está o caso

No momento, o caso ainda está na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (deam), no Rio.

Após quase 20 meses, Melhem não foi nem sequer indiciado, apesar de o caso ter passado pelo escrutínio de oito autoridades femininas. A saber: quatro delegadas, três promotoras e uma juíza.

A terceira delegada à frente do caso concluiu seu relatório em agosto do ano passado e, por ele, demonstra não ter encontrado elementos ou provas que a fizessem indiciar o ex-diretor.

Porém, numa manobra jurídica, as acusadoras conseguiram adiar o fim do inquérito no início do ano.

Outro lado

A Defesa de Calabresa e as outras sete mulheres tem divulgado sempre a mesma nota a respeito do caso.

Alegando “sigilo de Justiça”, se recusam a comentar. Veja a nota:

Abaixo, a nota sempre distribuída:

Leia a nota completa dos advogados abaixo:

“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.

Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça. Nada justifica o assédio.

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