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Banco do Brasil vendeu papel “podre” da Light a clientes

Banco do Brasil vendeu papel “podre” da Light a clientes

Banco do Brasil vendeu papel “podre” da Light a seus clientes no início do ano passado.

Assim como fez no caso da venda de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) da Zootec, o BB também “empurrou” para clientes um papel “condenado”.

Em 2021, a Light anunciou a emissão de R$ 850 milhões em  debêntures no mercado.

Papel podre

No início do ano passado, o BB foi um dos bancos que colocou à venda os papéis.

Clientes foram instados pelos gerentes a comprar milhões desses papeis, mas, três meses depois, em maio, a companhia pediu recuperação judicial.

Os investidores nunca mais receberam nada. A empresa deve mais de R$ 11 bilhões no mercado.

Papel podre da Zootec

O Banco do Brasil parece ter um modus operandi nessas operações que prejudicam milhares de clientes.

Além da Light, o banco  também vendeu papel ‘podre’ da empresa Zootec aos seus clientes, entre outubro do ano passado e fevereiro.

Foram dezenas de milhões de reais em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), emitidos pela empresa do grupo Raça Agro.

Modus operandi

Três meses após a venda de papeis, o grupo Raça Agro entrou em recuperação extrajudicial e também deu calote nos detentores do papel.

Após o anúncio de REJ, os clientes ficaram sabendo que apenas 30% do valor investido tem seguro.

A empresa deve mais de R$ 300 milhões e caminha para a recuperação judicial, ou coisa pior.

A Zootec fica em Barra do Garças (MT) e produz e vende insumos agropecuários.

Pertence à família do senador Wellington Fagundes (PL-MT).

Como funciona

Os gerentes do BB oferecem os papeis podres a clientes sem informá-los dos riscos.

No caso da agência Estilo, da avenida Paulista, o gerente ofereceu, inicialmente, um papel com ótima avaliação, da empresa Jalles.

Tratava-se de uma “debênture incentivada”, e o gerente garantia que era um papel seguro.

Porém, ele também estimulava os clientes a comprarem outro papel, o da Zootec, mas nesse caso não especificava os riscos embutidos.

O argumento era que ambos pagavam “1% de dividendos ao mês, além da valorização dos papeis.

Isso foi em fevereiro.

Em abril a empresa decretou recuperação extrajudicial. O dinheiro está congelado nas contas e não há data para solução. 

Fortuna perdida

Somente na agência Estilo do BB na avenida Paulista, foram vendidos mais de R$ 5 milhões em papéis podres.

Outro lado

Procurado para se manifestar sobre a denúncia, a assessoria do Banco do Brasil enviou a seguinte resposta:

“O BB reafirma posicionamento sobre sua atuação com boa técnica bancária, seguindo o rigor das leis e normativos sobre o tema.

O BB reitera que, em suas ofertas de produtos de investimentos, observa a Análise de Perfil de Investidor vigente, a aderência e diversidade de carteira de alocação, assim como orienta que todos os clientes analisem os prospectos dos papeis para contratação.

Reforçamos que o Banco não comenta sobre casos específicos, diante de sigilo bancário e comercial.”

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