Em entrevista ao podcast Quem Pode, Pod, a humorista Dani Calabresa “desmentiu” documento oficial da Globo enviado ao MPT na semana passada.
A Globo disse que uma investigação minuciosa apontou a inocência de Marcius Melhem na acusação de assédio sexual contra ela e outras seis mulheres.
Não foram encontrados indícios para tal, declarou o Departamento Jurídico da Globo.
Apesar disso, Dani Calabresa negou, na prática, a veracidade desse documento.
Não aconteceu, mas aconteceu
“A empresa viu que era inadmissível; investigaram, comprovaram, resolveram, graças a Deus”.
Essa seria a causa da demissão do ex-chefe de Humor da Globo.
Viu mesmo?
Aparentemente, Calabresa esqueceu que a emissora dispensou Melhem sem justa causa, com todos os direitos e ainda uma “love letter”, carta de despedida dispensada apenas a funcionários considerados “históricos” para a casa.
Calabresa usou o espaço para seguir com a tradicional vitimização que ela e as demais acusadoras vêm usando como “narrativa”.
Oh vida, oh dor
“Eu não conseguia passar o crachá na portaria 3, só me via feliz saindo da empresa. Se tornou uma situação insuportável e insustentável”, disse.
Também fez uma “releitura” coloquial da frase usada por sua advogada “Não temos interesse em judicializar o caso”, proferida em dezembro de 2020:
“Não queria ter comprado essa briga”, lamentou Calabresa.
Gueiros, a amiga
“A Maria Clara Gueiros pegou na minha mão e quis dizer ‘você não tá louca’, porque a gente normaliza tantos comportamentos bizarros, inadmissíveis, que às vezes a gente não entende o que é machismo e o que é assédio, porque é meio normalizado o homem ser tarado.”
Essa “narrativa” é desmentida no depoimento de Calabresa e Gueiros À Vara Cível (processo que Melhem move contra Calabresa por danos morais).
“Peraí, onde que a gente normaliza isso? Onde que a gente tem que sacar na hora? Porque a gente não quer estragar. Se você está feliz, gravando, acontece um problema, você quer solucionar. Às vezes você não tem condições de lidar com aquilo naquele momento”, afirmou Calabresa.
Entrevista chapa-branca
Em nenhum momento as entrevistadoras questionaram Calabresa sobre o fato de ter sido desmentida três vezes por suas “parceiras” em audiência judicial.
Tampouco a questionaram sobre o fato de ter afirmado: “Deixa ele (Melhem) dar em cima de mim. Deixa me chamar de gostosa; pra mim era uma vantagem”.
“Chapa-branquismo” das “irmãs” entrevistadoras? Era previsível.
Veja aqui:
Amiga desmente Calabresa em depoimento à Justiça