Meu amigo Enzo, em cartaz nos cinemas desde a semana passada, é o chamado “filme de bicho”.
Isso se tornou uma fórmula nos últimos anos. Há inúmeros filmes com bichos que “falam” ou narram a própria história e a de seus donos.
A estrela do filme é Enzo, um golden retriever (“dublado” por Kevin Costner) que foi adotado filhote por Denny (Milo Ventimiglia, da série “This Is Us”).
Denny é um piloto de corridas que sonha chegar à Fórmula 1, mas no filme começa só como piloto de testes de categorias inferiores.
A dublagem de Costner tem uma importância muito grande, pois define a personalidade de Enzo: um cão bem humorado, mas crítico; amoroso, mas mordaz; ciumento, mas generoso; brincalhão e também um pouco ranzinza.
Enzo é uma espécie de filósofo sobre a raça humana. E cheio de razão, acrescente-se.
O “golden” narra sua vida ao lado de Denny desde o primeiro dia: a convivência na casa nova, a chegada de uma “rival” (a namorada de seu dono, Eve, interpretada soberbamente por Amanda Seyfried), as aventuras, desapontamentos, idiossincrasias etc.
Acompanha ainda os bons momentos e as muitas decepções de Denny em busca de seu sonho de ser um piloto renomado.
Ele é bom, mas parece que nunca o suficiente.
Enzo, ele mesmo (batizado, como não poderia ser, em homenagem a Enzo Ferrari), porém, não tem muitos sonhos.
Tudo que ele só quer é amar e ser feliz vivendo ao lado de Denny.
Enzo e Marley
Os produtores de “Meu Amigo Enzo” são os mesmos de “Marley e Eu” (2008), então quem assistiu ao segundo já sabe um pouco o que esperar do primeiro: é um filme para rir (pouco) e chorar (muito).
Sim, prepare-se porque há bastante situações lacrimosas (com cinco minutos de filme me caiu a primeira lágrima), e acredito que somente que tiver um bloco de granito batendo no peito, no lugar do coração, não vai verter ao menos uma.
Mas, a verdade é que não é um filme triste, e sim redentor –com todas as qualidades e defeitos que isso implica. Só que 100% genuíno. 100% fofo.
Esse “filme de bicho” realmente toca fundo os ossos e até a alma. Pouco a pouco ele faz o público mergulhar no personagem peludo e resmungão, que tem sempre uma ironia na ponta da longa e lambuzada língua.
Tem muita gente que não gosta desse tipo de filme, que acha apelativo. Eu, pessoalmente, amo. Deixo claro isso aqui.
Tenho certeza que neste lindo planeta os animais são seres que definitivamente estão evoluindo, enquanto os humanos estão definhando emocional, intelectual e moralmente (a olhos vistos).
Da mesma forma, considero que quase todos os “filmes de bicho” têm enredo melhor e mais aproveitável (para a alma) do que os que contêm exclusivamente bípedes arrogantes.
Filmes de bicho
Poderia citar dezenas de longas com bichos que me encantaram nesta vida de cinéfilo, como o meigo “A Menina e O Porquinho” e os emocionantes “Seabiscuit” e “Secretariat”.
Ou até o doce “Babe, o Porquinho”; as “As Quatro Vidas de um Cachorro”; e “Minha Vida de Gato” (sim, com o desprezível Kevin Spacey).
Ou ainda o maravilhoso documentário “Gatos”, que mostra a vida de milhares de gatos que habitam as ruas da Turquia. É meu estilo de cinema, definitivamente.
“Meu Amigo Enzo” é um filme que as pessoas que amam animais, especialmente os cachorros, certamente carregarão por toda a vida.
E tomara que tenha continuação.
Filme: “Meu Amigo Enzo”
Onde: Em cartaz nos cinemas
Avaliação: Maravilhoso ????? ?
Leia outras críticas de cinema e música no site Ooops
Trailer de “Meu Amigo Enzo”