Quando as luzes acenderam após a exibição do filme brasileiro “Vermelho Russo” na última terça-feira, numa das salas do Itaú Cinema Frei Caneca, as poucas pessoas presentes estampavam um sorriso no rosto.
“Que adorável! Eu assistiria de novo” foram as únicas coisas que me vieram à cabeça após os até poucos 90 minutos do filme.
Com história e argumento muito bem construídos, seus personagens desde o início mostram ser tão humanos como nós. É um dos motivos pelos quais “Vermelho Russo” prende a atenção desde o primeiro minuto.
ERA UMA VEZ 2 AMIGAS
A premissa: duas amigas (as atrizes Maria Manoella e Martha Nowill) viajam para a Rússia para estudar teatro pelo famoso método de atuação criado por Constantin Stanislavski (1863-1938).
Durante a viagem as duas contracenam em aula e fora dela.
A relação até que começa boa, mas a convivência vai acabar revelando não só o que há de bom mas também o de pior em cada uma. Nada grave, afinal são pessoas como nós, cheias de carência, de solidão, de inveja e egocentrismo.
Enquanto as aulas se desenvolvem as amigas viram ex e acabarão digladiando e competindo não só por papéis no palco, mas também na vida. E também por paixões (ainda que claramente passageiras).
Nessa briga despertarão agressividade, ciúme, inveja, despeito, arrogância e muitas outras características deploráveis do ser humano. E também as boas, como o arrependimento.
Assista ao trailer
Mas o que também é brilhante nesse filme dirigido por Charly Braun (de “Além da Estrada”) é que, no fim das contas, quem dirá às duas o que elas precisam ouvir não será a outra parte afetada, e sim o isento professor russo de teatro.
Um desfecho simplesmente genial.
De certa forma, “Vermelho Russo” tem parentesco cinematográfico com “Variações de Casanova”, com John Malcovich (recém exibido brevemente nos cinemas).
Ambos misturam teatro, cinema, ficção e realidade para falar da mesma coisa: o quanto somos humanos e imperfeitos.
Filme – “Vermelho Russo”
Onde – Em cartaz nos cinemas
Avaliação – Ótimo ?????