Quer mais conteúdo?
Minhas redes

Crítica de cinema: Sepultura Endurance é ótimo filme sobre banda honesta

Se você gosta de música, de cinema, e ainda não viu, é bom correr; afinal, talvez a próxima semana seja a última do documentário “Sepultura Endurance”, em cartaz nos cinemas.

Notem que eu escrevi “se você gosta de música”, e não apenas se gosta de trash, metal ou afins. A virtude desse filme, dirigido por Otavio Juliano, é que ele é um bom raio X de um dos mais importantes grupos nascidos no Brasil –em todos os tempos.

São 30 anos de história e, a despeito da recusa em participar dos irmãos Max e Igor Cavalera, quase nada fica de fora.

O RACISMO METAL

Curiosamente, um dos momentos mais tocantes do filme não é sobre nenhum de seus fundadores, mas de um integrante convidado.

Impressiona o depoimento e a trajetória de Derrick Green até sua entrada na banda, após a saída de Max, justamente no ápice da banda, em 1996.

Derrick conta que sofreu primeiro  o preconceito dos negros, que o acusavam de querer se intrometer na área de cantores metal brancos.

Depois sofreu com o preconceito da gravadora e de outros executivos, que não o queriam à frente do palco.

Nesse ponto valeu a personalidade e incrível honestidade dos músicos remanescentes da banda, que bateram o pé e bancaram a entrada do novo vocalista –muito bem-sucedida, aliás, até hoje.

RECUSAR A PRÓPRIA HISTÓRIA

É uma pena que Max e Igor tenham se recusado a fazer parte de sua própria história, contada neste documentário.

Isso não tira o mérito da liderança, de fato, que é de Andreas Kisser. Não existe grandes novidades a respeito da saída de Max e tudo já era de conhecimento público havia mais de 20 anos.

Como ocorreu em muitas bandas na história da música (como Gun´s And Roses, entre outras), à determinada altura o vocalista (no caso de Max, incentivado por sua mulher-empresária) começa se achar a verdadeira alma ungida, e os demais integrantes se transformam em uma mera “banda de fundo” para seu estrelato.

É uma pena, como o próprio filme diz, que a banda se desagregou no momento em que se tornaria –se já não era– a melhor do mundo em seu estilo.

Quem perdeu, a princípio, foram os fãs do Sepultura. Mas os resilientes não podem reclamar do legado que ainda está em suas mãos (e ouvidos).

O grande inimigo do Sepultura, no fim das contas, foi o ego individual –sempre à espreita para destruir seus próprios sonhos.

Filme – “Sepultura Endurance”

Onde – Em cartaz nos cinemas

Avaliação – Ótimo ????

Veja crítica de outros filmes aqui no site Ooops!

Assista ao trailer: