Dani Calabresa e outras sete acusadoras de Marcius Melhem, bem como suas apoiadoras, estão pressionando uma ex-atriz da Globo a mudar seu depoimento no caso: querem que ela também incrimine o ex-diretor por assédio sexual.
O problema é que essa atriz já prestou depoimento e negou ter sofrido qualquer tipo de assédio. Afirmou ainda que trabalharia com Melhem de novo “em qualquer momento”.
Ela foi convocada para depor à polícia porque duas ex-colegas de Globo a apontaram como mais uma “vítima calada” de assédio. A saber: Verônica Debom e Maria Clara Gueiros.
As duas disseram que a colega teria “medo” de dizer a verdade.
A atriz alvo da acusação já fez mais de 30 trabalhos para a Globo, todos na dramaturgia. Também tem trabalhos em cinema, teatro e muitas propagandas.
Em fevereiro do ano passado, este jornalista chegou a contatá-la para que explicasse o porquê de ter sido apontada pelas demais atrizes como outra “presa” de Melhem.
Ela reafirmou o que disse à polícia e negou o assédio. “Espero que a justiça prevaleça”, afirmou
“O cerco”
Como este site Ooops já havia antecipado na semana passada, depois de terem suas acusações desmontadas e desmentidas por provas materiais contidas em várias reportagens, as autodenominadas “vítimas de Melhem” adotaram uma nova estratégia.
Desde a última quinta-feira (22) elas estão “caçando” ex-funcionárias da Globo e colegas próximas para que entrem no caso e deponham como testemunhas de acusação contra o ex-diretor também.
Toda e qualquer mulher que tenha tido qualquer contato com o ex-diretor é considerada uma possível nova “testemunha” ou “vítima”.
Elas já haviam feito isso durante o ano de 2020, pressionando e até intimidando outras colegas do departamento de Humor a entrar no que chamavam de “causa”.
As que se recusaram foram “canceladas” pelo grupo, que tentou tomar o poder no Núcleo De Dramaturgia de Humor da Globo a partir de abril de 2020.
“Voz de pato”
Em seus contatos, as acusadoras e seu chamado “grupo de apoio” estão oferecendo “sigilo de identidade” às mulheres que aceitarem entrar na “causa”.
Segundo a oferta delas, apuradas por este site Ooops, a potencial nova “vítima de Melhem” só precisa dar um depoimento sem mostrar o rosto. Elas prometem ainda que a colega terá sua voz alterada digitalmente (a famosa “voz de pato” que se costuma assistir em matérias investigativas na TV).
O objetivo: criar qualquer factoide novo, um elemento para uma nova “narrativa”, que possa reverter grande parte da opinião pública: que já se voltou contra elas desde que reportagens vêm mostrando que seus depoimentos e acusações contêm dezenas de mentiras.
As acusadoras
A revista “Veja” publicou já publicou o nome de algumas acusadoras e testemunhas de acusação. Este site, até aquele momento, só identificava as principais envolvidas por números. São elas:
A roteirista Barbara Duvivier (nº 0)
A atriz Dani Calabresa (nº 1)
A atriz Verônica Debom (a nº 2)
A atriz Débora Lamm (nº 3)
A atriz Carol Portes (nº 4)
A atriz Georgiana Góes (nº 5)
Maria Clara Gueiros (atriz, testemunha de acusação e madrasta de Duvivier)
Luciana Fregolente (autora e “madrinha postiça” de Debom)
Com exceção de Duvivier, todas já foram dispensadas pela TV Globo, que arquivou a denúncia em 2021, como este jornalista informou à época.
Sei lá, ódio de ex é diferente
De todos os depoimentos, o dela chega a ser constrangedor, tal a quantidade de mentiras em que se enrosca: Verônica Debom.
As mensagens de Verônica Debom a Melhem, ao longo de mais de três anos (antes, durante e depois do namoro), mostram uma versão 100% oposta ao que ela falou à Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), no Rio.
O conteúdo de WhatsApp mostram não uma mulher assediada, e sim apaixonada. E que é tomada de ira e ódio após ser dispensada por ele, no segundo semestre de 2019.
“Eu tomei um pé na bunda. tô apaixonada por vc e tomei um pé na bunda, amor”, diz numa delas. Em outra, durante a dolorosa separação, confessa: “Claro que eu me apaixonei e queria casar com você.”
Péssima Coincidência
Esse é justamente o momento em que Calabresa é convencida (por Duvivier, Gueiros, Debom e a escritora Luciana Fregolente) a denunciá-lo por assédio sexual.
Até então (final de 2019), a atriz e humorista Calabresa só o havia denunciado por assédio moral na Globo, no departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA).
Ela dizia que o ex-diretor havia prejudicado sua carreira. Sua denúncia foi feita dias após ela ser retirada de um segundo programa no mesmo ano: o especial de fim de ano “A Gente Riu Assim” (veja a cronologia do caso sabida até junho).
No início do ano seguinte, instada pelas amigas (cada qual com seu descontamento ou ira contra o então diretor, ela vai ao compliance para acrescentar nova acusação, agora de assédio.
Outro lado
A Defesa de Calabresa e as outras sete mulheres tem divulgado sempre a mesma nota a respeito do caso.
Alegando “sigilo de Justiça”, se recusam a comentar. Veja a nota:
Abaixo, a nota sempre distribuída:
Leia a nota completa dos advogados abaixo:
“Marcius Melhem foi denunciado por assédio sexual e moral, perante a Ouvidoria Nacional da Mulher do Ministério Público, por oito mulheres que eram suas subordinadas. As denúncias são respaldadas por depoimentos e provas sólidas, intimidar as vítimas e tentar desqualificá-las é, infelizmente, uma estratégia comum de acusados de assédio.
Nós, defensores das vítimas, acreditamos que tratar deste assunto publicamente é mais uma violência contra as vítimas. Para romper essa cadeia de ataques e exposição indevida e ilegal de identidade e privacidade das denunciantes, preferimos nos pronunciar na Justiça. Nada justifica o assédio.“