A defesa de Dani Calabresa e outras sete mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual fez uma manobra jurídica para impedir a conclusão do inquérito contra o ex-diretor de Humor da Globo.
O caso está “empacado” na polícia e no Ministério Público há um ano e sete meses.
No segundo semestre do ano passado, a 3ª delegada que investigava Melhem concluiu as investigações e enviou seu relatório para o Ministério Público.
No relatório ela não encontrou elementos suficientes para indiciá-lo.
Então, o caso deveria então ser encerrado na polícia e seguir para o “parecer” (ou “manifestação) da Promotoria. Deveria…
A manobra
No entanto, no final do ano passado, a defesa de Calabresa e outras acusadoras fez manobra protelatória, com o objetivo de adiar a conclusão da investigação.
Elas apresentaram ao Ministério Público um pedido para que a polícia ouvisse novamente duas de suas testemunhas. Cujos depoimentos, aliás, já constam nessa ação.
O objetivo era, obviamente, ganhar tempo.
A caça
Desde 2020 as oito acusadoras e suas amigas e amigos estão “caçando” mulheres que aceitem entrar na acusação contra o ex-diretor.
Além disso, também estão tentando fazer um documentário só com a versão delas sobre o caso.
Segundo este site Ooops apurou, várias atrizes e funcionárias da Globo já foram procuradas com insistência e se recusaram a participar do “filme”.
Troca-troca de autoridades
Por que o caso está empacado após 17 meses:
Desde junho de 2021, oito mulheres estiveram ou estão à frente do caso.
A saber: quatro delegadas, três promotoras e uma juíza. Só a juíza está desde o princípio.
Pois bem: a investigação na polícia já deveria ter sido encerrada em setembro do ano passado. Foi quando a 3ª delegada da Deam, finalmente, fez o relatório policial e o enviou à promotora (a 2ª no caso).
Essa 2ª promotora tinha acabado de assumir o posto. Seu papel seria fazer um “parecer” e enviá-lo ao TJ-RJ.
Ou o parecer dela pediria o arquivamento da denúncia ou pediria a abertura de uma ação penal, transformando Melhem em réu.
Pois essa segunda promotora, em dezembro, acolheu o pedido de Calabresa & Cia. para ouvir novamente as duas testemunhas e remeteu o relatório de volta à delegada da Deam (que é a 4ª à frente do caso).
Com isso, adiou o encerramento da investigação.
A promotora deu 90 dias para que duas testemunhas delas deponham novamente. Só que, em seguida, ela também deixou o caso. Acaba de chegar uma terceira!
Contra o tempo
Com todos esses troca-trocas de autoridades e a ação para protelar o fim do inquérito, a defesa de Calabresa conseguiu ganhar tempo.
Segundo este site apurou, uma das testemunhas que voltará a depor é a ex-diretora da Globo Cininha de Paula.
Em seu depoimento anterior, ela acusou Marcius Melhem de ter assediado uma famosa atriz do Núcleo de humor e dramaturgia da emissora.
Maria Clara Gueiros também apontou essa atriz como “vítima silenciosa” dele.
Pressão e intimidação
No entanto, essa atriz prestou depoimento e negou que tenha sofrido qualquer assédio.
Ela afirmou ainda que trabalharia com Melhem novamente “a qualquer momento”.
Essa atriz também negou o assédio a este jornalista.
Mesmo assim ainda foi pressionada pelas oito acusadoras e suas apoiadoras a mudar o depoimento, como este site revelou com exclusividade em dezembro.
Empurrando com a barriga
Para convencer mais mulheres a entrar na denúncia, as oito acusadoras prometem que elas não serão identificadas e ainda terão suas vozes modificadas digitalmente (como a famosa personagem “sombra” e com voz de pato das matérias policiais da TV).
A estratégia é usar homens ou mulheres que falem mal de Melhem no documentário.
Conheça o investigativo e incômodo (para gente mentirosa) site Ooops