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Exclusivo: Produtora pornô gringa causou surto de sífilis em SP

Concepção gráfica do vírus da sífilis. Foto - reprodução / site do dr. Drauzio Varella

Uma produtora pornô gringa está sendo apontada como o “marco zero” do surto de sífilis que atingiu no mês passado o mundo da produção de filmes eróticos em São Paulo. A produtora é a Yummy.

A denúncia está sendo feita por profissionais da produção pornô em São Paulo. Todos os casos positivos são de atrizes que gravavam sexo sem camisinha na produtora, que é mexicana.

O site Ooops apurou que a Yummy já está sendo processada em diversas frentes por causa do incidente.

Entre as ações, é acusada de colocar em risco a saúde pública; e também por danos materiais e lucros cessantes de outras produtoras, atores e atrizes.

Outro lado

O site Ooops procurou a produtora, mas até o momento ninguém da direção foi localizado. Caso se manifestem, este texto será atualizado.

Segundo a praxe, todos os atores e atrizes fazem exames antes das gravações, e tomam medicamentos pré e pós exposição ao sexo desprotegido (Preps e Peps).

Porém, segundo médicos consultados por este site, muitos têm comportamento de risco e/ou fazendo uso incorreto dessas medicações.

Exclusivas da gringa

As quatro atrizes que trabalhavam exclusivamente para a empresa testaram positivo para sífilis em um único laboratório de São Paulo.

O surto só foi descoberto porque outra produtora as convidou para filmar.

Porém, antes, exigiu (e pagou) para que fizessem hemogramas completos. O número de positivos assustou e paralisou as produções eróticas por alguns dias (algumas já estão voltando).

Acontece que todas essas atrizes só haviam trabalhado para a Yummy nos últimos meses. E todos os casos ocorreram num mesmo núcleo e período de gravação.

Uma testemunha que trabalhava na produtora revelou que ela, no mínimo, ignorava os prazos médicos e voltava a contratar atrizes e atores que ainda estavam sob tratamento.

Portanto, todos ainda podiam contaminar os parceiros e parceiras.

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Saúde pública

A análise dos resultados ainda indicou que ao menos uma das atrizes estaria infectada há quase dois meses. E que não parou de filmar nesse período.

Pior: esses são os casos conhecidos. Pode haver muitos outros, e que a doença esteja se espalhando em outros Estados.

O que é a sífilis

Sífilis é uma doença altamente contagiosa, que pode ser transmitida sexualmente (vaginal, oral ou anal sem proteção) e se disseminar por agulhas compartilhadas.

É causada pela bactéria Treponema Pallidum. Ela pode levar vários anos e até décadas para se manifestar.

A sífilis, se não for tratada, pode provocar ulcerações e caroços pelo corpo, e faz o infectado ter uma série de sintomas, como dores lancinantes no corpo.

A doença também pode causar problemas neurológicos graves. No caso de grávidas, ela pode ser transmitida ou até matar o feto.

Só no SUS

Apesar da gravidade, seu tratamento é relativamente simples, rápido e curável com antibióticos.

O que poucos sabem é que, por questões de controle de epidemias, a única forma de se tratar contra a sífilis é pelo sistema de saúde público.

O governo exige saber todos os casos para fins estatísticos. Pela lei, os (as) contaminados (as) devem fazer um tratamento que pode durar até 90 dias.

Surto de HIV

No início deste ano houve também casos de HIV identificados entre atrizes e atores pornôs, como este jornalista publicou com exclusividade na “Folha”.

A descoberta do surto também interrompeu gravações em algumas produtoras.

Nos EUA, no entanto, o controle é muito maior: se um único resultado dá positivo, a indústria inteira para até o caso ser minuciosamente invstigado.

Nos EUA, o nível de profissionalismo do mundo da pornografia (atrás das câmeras) é incomparável com o que acontece no Brasil.

Conheça o site Ooops