O filme “A Cabana”, em cartaz nos cinemas, tem muitas qualidades e também alguns defeitos. Comecemos por esses.
Baseado no livro de William P. Young, o longa-metragem está na onda dos chamados “filmes de fé”, uma onda que já há anos grassa em um pequeno circuito de salas, mas tem público fiel.
Sim, “A Cabana” é, sim, um filme religioso, que vagueia entre pontos limítrofes do cristianismo e do espiritismo.
No exterior, o filme recebeu críticas e pancadas de católicos, evangélicos e espíritas.
Se você deixar de lado o preconceito que muita gente tem contra esse tipo de filme (seja porque não acredita, seja porque acredita em outra coisa), é possível encontrar muita coisa boa.
A história em si é muito interessante e não desonra o gênero da ficção ou fantasia.
É uma trama bem escrita e carrega mensagens muito positivas e edificantes, embora também esteja cheia de determinismos e poucas explicações.
Não li o livro, mas o filme deixa a desejar no que tange a Deus.
Eis um dos problemas que esse “personagem” faz quando você tenta simbolizá-lo ou antropomorfizá-lo (seja numa sarça em chamas no deserto, seja na atriz Octavia Spencer).
O Deus de “A Cabana” chora, se emociona, diz que é amor, que está em tudo, que jamais nos abandona.
Duro acreditar nisso depois que a gente perde uma filhinha numa tragédia como a enfrentada por Mackenzie, personagem de exageradamente sussurrante de Sam Worthington.
DEUS SEM EXPLICAÇÃO
Ao menos no filme, o Deus de “A Cabana” também não tem explicações muito convincentes para o Mal que grassa no planeta, mas dá a entender que não foi criado por Ele: o mal tem “vida” própria.
O roteiro é muito bem trabalhado, os efeitos especiais são minimalistas e o público se comove Mas a mensagem que fica é de cura (mental e espiritual) e de perdão.
E só por isso o filme já merece ser visto por quem puder. Não será um desperdício do seu dinheiro. Pelo contrário, você pode sair melhor do que entrou.
Filme: “A Cabana”
Onde: nos cinemas
Avaliação – ????