Filme sobre Silvio Santos é constrangedor; e espero sinceramente que ele tenha partido sem vê-lo.
Um personagem da história brasileira como Senor Abravanel, 93, que morreu há cerca de um mês, não merecia um”registro” como este lançado na última quinta, nos cinemas do país.
O filme é simplesmente decepcionante em todos os sentidos.
Pelo menos para mim, que amo cinema; lembro que presenciar um filme é uma experiência absolutamente pessoal.
Para uma obra que passou os últimos seis anos sendo anunciada aos quatro cantos (nunca entendi essa expressão, já que a Terra é redonda), saí do cinema perplexo.
Perplexo no pior sentido: como conseguiram fazer algo tão ruim, tão sem vida, sem emoção e cansativo?
Filme sobre SIlvio é o quê?
É isso: cansa. Na descrição, “Silvio”, o filme, é classificado como “suspense/crime”, mas nem uma criança sente qualquer “sensação” de suspense.
Não porque todo mundo sabe o desfecho da história, mas simplesmente porque o andamento não provoca, e sim desanima.
Filme é arte. Ou não
Aqui cabe, pela enésima vez, uma crítica geral sobre o cinema brasileiro.
É incrível a quantidade de filmes que o Brasil produz anualmente –a maioria com o apoio de leis federais (o que sou a favor, diga-se).
No entanto, é ainda mais impressionante a quantidade de filmes ruins. Muitos, quase mambembes. Muitos diretores parecem recém-formados em alguma faculdade de cinema.
Aí quando alguém diz:
“Olha, gente, o cinema brasileiro não está apenas vários degraus abaixo do mundial. Está no subsolo quando comparado mesmo às produções sul-americanas (Argentina e Chile, para começar.”
Então aparecem os “críticos especializados” viciados em superestimar qualquer coisa que esteja em cartaz e te ofendem.
Apesar de nem saberem quem você é, dizem que você só gosta de Hollywood e é consumista.
Os críticos brasileiros se tornam doces carneirinhos quando o diretor faz parte da “bolha ideológica”.
Então deixo bem clara minha opinião de cinéfilo, que consome cinema com”fome”: cinema brasileiro, de forma geral, é ruim, sim. Muito ruim. Ponto.
O que é arte
Um livro, uma pintura, uma música, uma peça de teatro ou um filme são artes.
A arte pode tirar sua respiração e chocar; ela causa sentimentos nos humanos.
Arte é tudo que possa fazer você rir, suspirar e encher seus olhos até você chorar.
É isso. “Silvio”, o filme é de chorar. De pena do cinema.
Pontos fracos
- Seis anos para ficar pronto e um resultado decepcionante
- R$ 7 milhões gastos
- Roteiro fraco
- Faro fraco
- Caracterização (maquiagem) fraca
- Elenco fraco e com zero “química”
- Texto sem brilho
- Edição, montagem, a construção do filme é lenta e tediosa;
- Silvio faz o personagem-clichê, que fala sozinho para que o público saiba o que ele vai fazer “Eu preciso ligar para a Cinthia. Eu vou ligar para a Cinthia amanhã”
- Filme é classificado como suspense, mas só causa bocejos.
Detalhe: não sou o único a achar tudo isso. No Google, ele está com apenas 37% de avaliação positiva.
Não lembro de ter visto filme com classificação mais baixa.
Silvio Santos merece outro filme. Um que esteja ao nível de sua história.
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