O acampamento de bolsonaristas em frente ao quartel do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, foi um terreno fértil para algumas profissões liberais.
Além de vendedores de alimentos, bandeiras e “uniformes” para os manifestantes, acompanhantes (garotas de programa) em São Paulo fizeram da área um local de trabalho durante dezembro.
“Faturei bem em dezembro”, disse a este site Clara*, 23 anos (nome fictício), que no cotidiano frequenta a boate Bomboa 222, no Itaim.
Ela afirma que, além de boates, também paga R$ 600 por semana para ter suas fotos expostas num site de acompanhantes de luxo, o SP Love. E foi aí que tudo começou.
Fantasia patriota
Segundo ela, no início de dezembro ela recebeu uma ligação de um potencial cliente que encontrara suas fotos e contato no site.
“Júlio* (nome fictício) perguntou se ela poderia ir até ele.
E onde o cidadão estava?
Sim, leitores, acampado no quartel próximo ao parque do Ibirapuera.
“Ele disse que a fantasia dele era transar lá no camping.”
Clara, que diz detestar política, foi até o local e transou com um “patriota” na barraca dele. Cobrou R$ 400 por meia hora. A barraca estava num ponto um pouco mais afastado da “muvuca”, segundo ela.
Fila de clientes
Acontece que Júlio já havia contado para sua turma que realizaria sua fantasia.
Outros clientes potenciais apareceram assim que ela saiu da barraca. Clara* afirma que topou mais um programa de meia hora (agora de R$ 500) e foi embora.
“Eles estavam muito excitados, falando aos gritos e eu fiquei com medo de começar a chamar a atenção.”
O retorno
“Eu pensei: pô, esse lugar (acampamento) tá cheio de cara com grana, carentes, uns velhos”, disse.
Porém, ela sabia que não poderia mais transar no acampamento. “Além de tudo, aquela barraca fedia.”
Para piorar, segundo ela, alguém da turma de Júlio* abriu a boca, e eles atraíram a ira das mulheres “conservadoras”.
Entretanto, dois dias depois, a esperta Clara e mais amigas apareceram no camping “verde amarelo”. Não para transar ali, mas para deixar novo endereço para Júlio e seus amigos.
Avisaram: as três tinham alugado um “apê” via AirBnB ali perto, na av. na Brigadeiro Luiz Antônio. Elas “racharam” o aluguel.
“Pois não parou mais de aparecer homem no apê. Só que teve uma reclamação pra proprietária e tivemos de mudar de lugar. Mas, até na virada do Ano Novo vinha gente do acampamento fazer programa”, conta.
O que é curioso no caso?
É ver como um acampamento de “conservadores e defensores dos valores da família tradicional” virou local de trabalho e alto faturamento por garotas de programa.
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