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Globo demitiu diretor que estourou orçamento de novela

Globo dispensou Luiz Fernando Carvalho em 2017

Considerado um dos maiores diretores da dramaturgia brasileira de todos os tempos, Luiz Fernando Carvalho acabou sendo vítima do mesmo preciosismo que exigia em suas novelas.

Entre os trabalhos do diretor na Globo estão Tieta, Renascer, O Rei do Gado, Pedra Sobre Pedra e Velho Chico.

Mas, Carvalho também dominou a arte de especiais e no cinema, como o clássico Lavoura Arcaica.

Assista a esta reportagem em vídeo

Pois foi justamente Velho Chico o responsável pela demissão do diretor da Globo em 26 de fevereiro de 2017 após 30 anos de serviços prestados à família Marinho.

Seis após a demissão, este site e canal descobriram os motivos que fizeram a emissora demitir uma de suas maiores estrelas na dramaturgia.

Muitas causas

Além de seu salário exorbitante (reza a lenda, quase R$ 800 mil mensais fora benefícios nababescos), o que selou o destino de Luiz Fernando Carvalho foi a novela Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa.

Acontece que, segundo fontes ouvidas pela coluna, a novela nem estourou, mas explodiu o orçamento das novelas da Globo.

Enquanto uma novela “comum” das 21h30 da Globo pode custar R$ 620 mil por capítulo, a média de Velho Chico ficou acima dos R$ 880 mil.

Com 172 capítulos, a novela acabou custando mais ou menos a mesma coisa que os 167 capítulos do remake de Pantanal, a maior superprodução da Globo em todos os tempos.

Domingos Montagner, que morreu afogado durante as gravações
Domingos Montagner, que morreu afogado durante as gravações

A maldição do Chico

A novela também foi considerada “amaldiçoada” por muitos, pois, além de seus diversos problemas estruturais, também teve a morte de seu protagonista:

Domingos Montagner após se afogar no próprio Rio São Francisco, o Velho Chico.

Notem que Carvalho foi dispensado (não teve o contrato renovado pela emissora) exatos cinco meses depois de Velho Chico –que é mais ou menos o período em que a emissora tira as conclusões e faz as avaliações das novelas que terminam.

Ou seja, apenas fizeram as contas e decidiram que bastava.

Nervoso

Outro ponto que pesava contra o diretor era seu comportamento durante as gravações. Ele não tinha a menor paciência com figurantes e coadjuvantes, e algumas vezes nem com atores.

Em ao menos um caso, chegou a ser acusado de assédio moral e sexual, inclusive por membro da produção de suas novelas que o viu tratar com desrespeito alguém do elenco.

Dono de um conhecimento incrível sobre luz, sombras e enquadramentos, seu estilo de direção acabou se tornando uma grife da dramaturgia brasileira.

O diretor em 2017, à frente de uma peça sobre Lispector
O diretor em 2017, à frente de uma peça sobre Lispector

Velho Chico

Carvalho já tinha a novela pronta na cabeça em 2009, mas a Globo a considerou inconveniente para aquele momento. “Era política demais”, foi a alegação.

A novela teve locações em Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe, algo que, desde o princípio, a direção geral já achava desnecessário.

São milhões de reais gastos em logística extra, transporte,alimento e acomodações.

Uma novela das 21h30 por ter mais 200 pessoas trabalhando única e exclusivamente por ela, entre contratados e prestadores de serviço.

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