Há um ano, Erasmo partia; veja as 10 mais tocadas no Brasil, segundo dados do escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais, o popular Ecad.
Erasmo Esteves, seu nome de batismo, morreu no Rio no ano passado, aos 81 anos, vítima de uma infecção generalizada.
Também chamado de “Tremendão” e “Gigante” (tinha 1m93), entre outros apelidos, ele foi um dos mais prolíficos compositores da história da MPB.
Foi o destino e a música que juntou num mesmo grupo Erasmo, Roberto Carlos e Tim Maia, numa lendária banda chamada The Sputniks, ainda nos anos 50.
Erasmo, o autor
Erasmo era e sempre foi um escritor, um letrista, mas acabou pegando jeito no violão graças à (risos) paciência de Tim Maia em ensinar-lhe os primeiros acordes.
Mais tarde acabou adotando o “sobrenome” Carlos, muito mais sonoro que “Esteves”.
Além de Tim Maia, Jorge Benjor, Simonal e João Gilberto tiveram profunda influência em seu desenvolvimento como artista e compositor.
Isso pode ser visto e ouvido em tudo que compôs até o final da vida.
Suas canções são criativas, poéticas, extremamente melódicas, e todas, sem exceção, têm uma personalidade, uma vida própria.
Na verdade, as músicas de Erasmo não se parecem com nada, exceto com ele.
Do ponto de vista harmônico, entretanto, são composições simples, mas com modulações e acordes lindos; muitas vezes, inesperados até.
Parceiros para sempre
Depois que começou a compor com e para Roberto Carlos, em meados dos anos 60, uma catarse musical aconteceu em ambos. Nunca mais se separaram.
Embora tenha se tornado parte indissociável da carreira de Roberto Carlos, Erasmo jamais deixou de ter seu próprio espaço na MPB.
Lançou mais de 30 álbuns em estúdio, mostrando uma incrível personalidade e talento para criar hits.
Mentira do sexo frágil
Em 1981, lançou “Mulher”, um álbum considerado revolucionário para a época.
Em um tempo em que a palavra “empoderamento” nem sequer existia (graças a Deus, aliás), Erasmo fez uma ode ao universo feminino.
As letras mostravam o quão errada era a visão patriarcal que considerava a mulher “o sexo frágil”.
O álbum explodiu nas rádios e em vendas.
Porém, não chegou jamais ao sucesso de suas composições feitas para a voz do parceiro Roberto.
Em memória deste grande artista brasileiro, o Ecad fez um levantamento das suas músicas mais tocadas no Brasil nos últimos 10 anos.
Segundo a lei, os herdeiros receberão direitos autorais pelas obras do artista por 70 anos após sua morte.
Das 10 mais tocadas, TODAS são em parceria com o “rei”.
Veja o ranking:
1 – É preciso saber viver (Roberto e Erasmo)
2 – Além do Horizonte (idem)
3 – Emoções (idem)
4 – Detalhes (idem)
5 – Eu te Amo, Eu te amo (idem)
6 – Caminhoneiro (idem)
7 – Gatinha Manhosa (idem)
8 – Nossa Senhora (idem)
9 – Se Você Pensa (idem)
10 – As Curvas da Estrada de Santos (idem)
Fonte: Ecad
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