A Câmara da Praia Grande (SP) convocou uma mulher interditada por “problemas psiquiátricos” para depor contra um vereador que ela já acusou de estupro (caso arquivado).
Letícia Albuquerque, essa da foto com arma em punho, foi chamada para depor no processo de cassação contra o vereador Whelliton Silva (PL).
Acontece que Letícia, 29, é a mulher que acusou Whelliton de estupro no ano passado. O caso foi arquivado por ausência total de provas.
Em seguida, o vereador moveu ação contra ela por denunciação caluniosa.
No entanto, a ação não foi adiante porque a família de Letícia a “interditou por problemas psiquiátricos”.
Letícia deve ser ouvida amanhã (19) na Comissão Parlamentar Processante.
O pai dela, Sebastião, também foi convocado a depor. Ele foi gravado admitindo que a filha estaria recebendo ajuda de “alguém”.
Letícia denunciou Whelliton porque queria ser nomeada para o gabinete dele e não foi atendida.
CADÊ A OAB?
Quem quer a abertura do processo é a advogada de Letícia, Natasha da Cunha, que se sentiu ofendida por um discurso em que Whelliton se defendeu das acusações na tribuna da Câmara.
O problema é que Letícia não pode depor como testemunha. Nem na Câmara e nem em lugar nenhum, de acordo com o Código de Processo Civil:
Artigo 447: “Incapazes não podem depor como testemunha.”
UÉ?
O curioso no caso é que, para responder por seus atos e uma falsa acusação de estupro, a pobre Letícia não pode ser responsabilizada.
No entanto, para defender a própria advogada num processo de cassação de um político eleito democraticamente, aí ela pode.
Vereador “caçado”
É “caçado” com cedilha mesmo.
Os dois primeiros pedidos foram arquivados.
Por trás dessa “caça”, aparentemente, estão vereadores como o próprio presidente da Câmara, vereador Marquinho.
O motivo da ira do político do PSDB seria que a Whelliton e sua mulher, a advogada e ativista Janaína Ballaris (ex-candidata a prefeita da cidade), gravaram a namorada de Marquinho, Roberta, conduzindo Letícia até a delegacia para fazer o B.O. do (falso) estupro, no ano passado.
Outros lados
A assessoria de Marquinho nega que ele tenha qualquer interesse pessoal na cassação. Também nega que esteja havendo perseguição contra o vereador.
Procurada, a advogada Natasha da Cunha não respondeu até o momento. Se o fizer, este texto será atualizado.
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