Opinião – Desafinaram o ‘Hine’ Nacional a um patamar “nunca antes visto neste país”, para não perder a referência a um certo bordão.
No último sábado (24), uma cantora chamada Yurungai interpretou (sic) o Hino Nacional em um comício do candidato Guilherme Boulos, na zona sul de São Paulo.
Até aí, sem problema.
O Hino Nacional é uma obra pública e pode ser executada em qualquer lugar e a qualquer hora. mas somente se for respeitada sua estrutura, harmonia e letra.
Muita gente não sabe, mas o hino é um dos chamados quatro “símbolos nacionais”.
Isso porque, ao lado da Bandeira, do Selo e das Armas nacionais, ele não pode ser modificado. Quem fizer isso comete contravenção e pode levar multa de até R$ 18 mil.
Hino Nacional
Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva teriam revirado no túmulo, caso ouvissem a “interpretação” no fim de semana.
Acontece que a cantora trocou a frase “dos filhos deste solo” por “des filhes deste solo”, obviamente para fazer a “lacração” de sempre de um certo grupo ideológico agressivo e com pés no totalitarismo.
Yurungai, que significa “boca que canta”, é também compositora e poeta brasileira, com passagens pela África.
Porém, chamou a atenção para mim, que estudo música e sou músico profissional desde os 20 anos (tenho 61), a escala escolhida por ela na interpretação do Hino.
Campanha desafinou
O caso gerou uma crise na campanha de Guilherme Boulos, mas dentro de algumas horas ninguém vai mais se lembrar disso.
A produtora contratada (por R$ 450 mil) para fazer os eventos da campanha do candidato, a Zion, teve o contrato rompido. Boulos veio a público se desculpar, em nota:
“A campanha em momento algum solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício”, começa.
“A produtora e organizadora do evento foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional.”
Eles não desistem
Obviamente alguns “progressistes” tentaram contra-atacar afirmando que boa parte das críticas se deve ao fato de a cantora ser negra, atribuindo os ataques à (ora, vejam) “extrema-direita racista”.
Não, caros senhores. Se deve ao fato de os ouvidos doerem. Tanto na música como na letra.
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