No mês passado, Anitta anunciou ter assinado contrato com uma nova gravadora, a Republic Records –ligada ao selo Universal.
O selo conta com estrelas internacionais como Ariana Grande, Drake, Post Malone, Stevie Wonder, Taylor Swift e The Weeknd, entre outros.
O contrato foi assinado menos de um mês de a cantora romper contrato de 11 anos com a Warner.
“Depois de onze anos de parceria, nós concordamos em seguir caminhos diferentes. Anitta gostaria de agradecer à equipe da Warner Music por todo o seu apoio. E o time da Warner deseja a Anitta tudo de melhor no seu futuro”, dizia seu comunicado.”
Como músico e jornalista, também voltado à indústria musical, gostaria de fazer alguns comentários sobre a decisão de Anitta em romper com uma gravadora e fazê-lo em público.
Lembrando que em 2016 a artista já havia peitado outro setor voraz do mundo da indústria musical: os escritórios de shows.
Com raras exceções, quase nenhum artista brasileiro tem coragem de “peitar” essas megacorporações multinacionais, e muito menos fazer o que Anitta fez:
Expor sua relação de trabalho com o empregador. No caso, a Warner.
Raridade no país
Anitta agora se une a um seleto grupo de artistas que já peitaram os tubarões fonográficos, como Marisa Monte e Lobão.
A gravadora, afirma ela, só investia em seus lançamentos depois que algo viralizava.
Ou seja: a empregadora que não paga salário, não investe no trabalho dela, ao mesmo tempo que fica com 99% do que ela vende no mundo digital.
Refrões melequentos
A queixa de Anitta tem toda a procedência. As gravadoras só investem naquilo que rende dinheiro imediatamente.
No entanto, preferem investir num cantor de uma música só, porque tem refrão melequento, do que fazer um plano de investimentos de médio e longo prazo com seus artistas mais promissores.
Este colunista mesmo já analisou num podcast o fato de Anitta até hoje não ter um sucesso mundial.
É fato, mas ela pode ter um a qualquer momento. Não nasceu em berço de ouro, não teve pistolão, galgou sua carreira e ainda não chegou nem na primeira metade dela.
Além disso, a indústria fonográfica é uma espécie de tubarão que só mantém vivos ao seu lado as rêmoras.
Produtos descartáveis
Com raras exceções, a maioria das gravadoras trata seus artistas como joguetes e fontes de renda.
Grosso modo, as gravadoras estão para a música como os bancos estão para o comércio.
O que puderem sugar da arte para dividir com os acionistas, o farão.
Veja o comentário de Ricardo Feltrin em seu canal no Youtube
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