Hoje, 4 de dezembro de 2022, completam-se dois anos do caso mais impactante e de repercussão na TV brasileira em décadas.
A acusação de Dani Calabresa e outras sete mulheres contra Marcius Melhem, ex-diretor de Humor da TV Globo, por assédio sexual.
O caso explodiu em dezembro de 2020 por causa de uma enorme e detalhada reportagem da revista “piauí” sobre as acusações.
A matéria foi devastadora.
Ela mostrou um cafajeste. Um monstro. Um assediador, aproveitador, um predador sexual. Um sujeito que encurralava atrizes em salas. Que exigia favores sexuais em troca de papéis. Um criminoso.
Assista ao vídeo sobre o caso
Escândalo
O Brasil todo se revoltou. Inclusive este que aqui vos escreve.
Afinal, como duvidar de mulheres que denunciam um homem, qualquer homem, por assédio sexual?
Como duvidar de OITO ATRIZES da Globo que acusam um diretor da Globo de assédio?
Ainda mais para um jornalista como eu, que cubro TV há 25 anos e soube de inúmeros casos de assédio sexual na emissora (em breve farei um vídeo e matéria sobre isso).
Seria possível duvidar de uma acusação dessas mulheres quando o que nós mais vemos todos os dias no Brasil é justamente isso, o assédio sexual?
Pois eu não duvidei em nenhum momento.
Destruí Melhem
Um dia após a publicação da “piauí”, fiz dois textos duríssimos contra Marcius Melhem e em favor de Dani Calabresa e as demais supostas vítimas.
Nos dias 5 e 6 de dezembro de 2020, fiz textos em defesa das atrizes e que exigiam da Globo que protegesse o futuro de Dani Calabresa.
No segundo, exigi que a Globo protegesse o futuro profissional de Calabresa.
Na minha opinião, ela havia sido corajosa e poderia sofrer boicotes dentro da própria emissora.
Que, a partir do momento em que teve coragem de fazer a denúncia, seu futuro como atriz estava ameaçado.
Pois foi justamente por causa desses dois textos que eu acabei me envolvendo numa reportagem investigativa por 18 meses. E então começam as surpresas. Primeiro, desagradáveis. Depois, assustadoras.
Fontes me alertaram
Quando publiquei os textos, fontes da Globo que cultivei ao longo de 25 anos na cobertura de TV começaram a questionar o que eu havia escrito.
Me disseram que havia algo muito estranho nessa denúncia; que coisas incomuns estavam acontecendo dentro da Globo naquele momento. A saber:
1) Mulheres estavam indo ao compliance da Globo defender Melhem; depois fariam o mesmo na polícia, mesmo depois que ele já estava demitido e humilhado; eu nunca havia visto nada parecido.
Roger Abdelmassih, João de Deus, ex-presidente da Caixa, Harvey Weinstein… em qual desses casos mulheres saíram em peso em defesa deles?
2) Mayra Cotta, advogada das supostas “vítimas”, veio a público declarar que: via até indícios de estupro por parte de Melhem; no entanto, afirmava que não queria judicializar o caso.
Pensei: Como assim? Você acusa um cara de ser um predador sexual, um abusador, um estuprador potencial, e se dá por satisfeita apenas em promover seu linchamento público? Não quer justiça?
E aí outra estranheza: a advogada das supostas vítimas só levou o caso à Ouvidoria do Ministério Público após o próprio Melhem judicializar o caso.
Ele quem foi à Justiça exigir que Calabresa provasse o que estava na “piauí”, e que ela não negou; tomou a iniciativa de procurar a Justiça, e não elas.
3) Apurei ainda que ao menos três das acusadoras (uma ex-namorada de Melhem) e duas testemunhas estavam pressionando e intimidando outras mulheres dentro da Globo a corroborar a acusação.
“Está tendo uma blitz pesada não só contra outras mulheres, mas no ‘compliance’ e no DAA (Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico)”, me disse uma fonte espantada com os rumos que o caso estava tomando.
A pressão chegou a tal ponto que funcionárias da Globo denunciaram o assédio dessas acusadoras ao “compliance” da Globo, e depois fizeram o mesmo na polícia.
Nunca vi nada parecido
Em meus 31 anos no jornalismo, sendo que comecei como repórter policial, até então eu jamais havia visto um caso de assédio sexual pareceido.
Alguma vez aconteceu que vítimas de assédiotivessem de intimidar outras mulheres a corroborar uma denúncia como essa?
Não. Em todos os casos que me lembro, as vítimas de um predador e assediador “brotam” de todos os lugares.
Estranhíssimo
Então, me perguntei, onde estão as outras vítimas?
Por que ao longo de 17 anos de Globo, sendo que mais de 12 em cargo de chefia, ele teve contato com MILHARES de atrizes, produtoras, escritoras, redatoras, autoras, FIGURANTES!!!
Era a dramaturgia de humor da Globo, de longe o departamento com mais mulheres bonitas da TV brasileira.
E ainda assim não apareciam mais vítimas. E, a esta altura do campeonato, em meados do ano passado, a vida de Melhem já tinha ido para o brejo.
Ele nem sequer podia sair de casa, sob risco de linchamento. Recebia ameaças de estranhos. Seu passaporte foi confiscado. Foi proibido de entrar na Globo (que ainda em 2021 já o havia inocentado).
Melhem foi exposto, linchado, humilhado, demitido antes do contrato expirar, acusado na polícia, e não tinha mais poder algum.
A despeito de tudo isso, funcionárias da Globo continuavam saindo em defesa dele; não só no “compliance”, mas na polícia.
4) Ao longo de quase 2 anos de investigação, descubro outro fato absolutamente incomum.
As supostas vítimas e as testemunhas de acusação eram todas amigas. Muito amigas. Patota. Trabalharam juntas por anos no Zorra, no Tá no Ar Tá na TV, nos especiais de humor da Globo.
Mentiras à polícia
Graças a provas materiais que coletei, hoje não tenho dúvidas que elas mentiram às delegadas do caso.
Inúmeras fotos em redes sociais mostravam não só que eram amigas próximas, como também postaram inúmeras vezes elogios e declarações de carinho e gratidão pelo ex-chefe.
Fotos que correram deletar após o início do caso.
Também me questionei: como um cara pode ser assediador de apenas um “patota” de amigas?
Que tipo de assediador age somente num pequeno grupo de mulheres que nem sequer eram tão próximas dele assim?
5) Outro fato final que acontece exatamente hoje: depois de exatos 2 anos, pela primeira vez na história de uma acusação coletiva de assédio sexual contra um homem no Brasil, nem polícia, nem Ministério Público e nem Justiça concluíram o caso.
Ele não foi transformado em réu. Alguém lembra de outro caso assim?
E é bom repetir: Melhem está sendo investigado há dois anos SÓ POR MULHERES.
Desde que o caso começou, três delegadas, duas promotoras e uma juíza estão acompanhando o caso.
As mensagens de Calabresa
Desde dezembro de 2020 já se sabia que Melhem tinha milhares de mensagens trocadas com as acusadoras. Em especial, com Dani Calabresa e a atriz nº 2 (a principal acusadora).
Sabia-se que essas mensagens mostravam carinho, proximidade e intimidade (inclusive sexual) delas com ele. E nada sem ser consentido. Muito pelo contrário.
Eu sabia que a “piauí” havia tido acesso aos autos, porque seu repórter (João Batista Jr) havia escrito isso em sua matéria.
Eu sabia que ter acesso a esses autos e as mensagens era essencial para a investigação.
Então consegui as mensagens de Dani Calabresa para Marcius Melhem.
Os autos do processo
Enfim, após um ano e meio de investigação eu consegui, finalmente, os autos do processo.
Tive acesso a anos de mensagens trocadas, fotos, declarações públicas e privadas entre ele e as oito mulheres que o acusaram.
A Náusea
Assim que peguei os autos, algo ocorreu. Um bloqueio, talvez. Passei duas semanas sem tocar no calhamaço de quase 300 páginas.
Guardei num canto e deixei lá.
Nunca me esqueço. Foi num domingo, acordei, tomei café da manhã, passeei, almocei em casa, e aí deitei na cama e peguei os autos finalmente.
Preciso explicar o que são os autos.
São como um livro. Os autos contam uma história, com começo, meio e fim. O começo, nesse caso, era a acusação. Depois testemunhas de acusação.
Então comecei a ler…. Primeiro as 62 páginas da peça de acusação. Que basicamente eram iguais às da matéria da “piauí” em dezembro de 2020.
Tudo inclusive na mesma sequência
Os depoimentos, as acusações todas de Calabresa, o assédio nos corredores; a tentativa de beijo de língua na festa de novembro de 2017 (festa do sucesso do Zorra); a história de que Melhem arrancou das mãos dela o celular para ficar olhando nudes dela e fazendo comentários “lascivos”.
Em seguida as denúncias das outras sete acusadoras de assédio.
Até aí, tudo bem. Eu já não tinha dúvidas, por tudo que havia apurado e testemunhas que havia ouvido, que toda essa “narrativa” era furada.
O Vômito
Então comecei a ler a peça de defesa. Que respondia ponto a ponto cada acusação com provas materiais.
As mensagens de Calabresa para Melhem. E depois as da principal acusadora, que foi namorada dele por mais de um ano, a tal “acusadora nº 2”.
Já li textos que me fizeram rir. Eu já chorei lendo livros. Eu já me empolguei.
Mas, essa foi a primeira vez na minha vida que eu VOMITEI lendo algo. Vomitei tudo que havia comido naquele dia. Vomitei chorando.
Primeiro, vomitei de nojo de mim mesmo.
Como é que pude ter escrito aqueles dois textos? Como pude ter sido tão leviano para ter destruído um cara que eu nunca conheci na vida?
Como pude cometer um erro desses como jornalista e ser humano? Como pude linchar publicamente um pai e um profissional como eu fiz naqueles dois textos?
Como eu poderia adivinhar?
Eu sei, eu também ouvi uma vozinha da consciência dizendo que eu não tive culpa. Afinal, repito, como duvidar de mulheres que acusam alguém de assédio sexual?
Como duvidar de um texto tão rico de detalhes publicado na melhor revista do Brasil, por um repórter que eu gosto e acompanho há tantos anos?
Mas tive culpa, sim. Hoje eu sei.
Ódio
Segundo, vomitei de ódio. Ódio por ter sido enganado, ludibriado, manipulado por pessoas que foram carinhosas e agradecidas com um colega por anos, mas, passaram a tramaram sua destruição e lichamento em praça pública por razões pessoais e mesquinhas.
Tristeza
Em terceiro lugar, vomitei de tristeza.
Pensei: o que essas mulheres fizeram com anos de luta de milhões de outras mulheres que são assediadas sexualmente todos os dias, estupradas, agredidas, manipuladas, ofendidas?
Como puderam usar uma causa identitária tão justa para de forma tão perversa e sórdida?
Quantos passos para trás esse caso poderia fazer com uma luta que demorou, não séculos, mas milênios…
Até que elas pudessem vir a público denunciar a corja de machos machistas e abusadores, como Harvey Weinstein, Pedro Eduardo Guimarães (ex-presidente da Caixa Econômica), Abdelmassih e Harvey Weinstein?
Crimes contra mulheres
Se você chegou neste texto até aqui, saiba que desde que começou a lê-lo, ao menos 3 mulheres já foram estupradas no Brasil. E um sem-número delas foram assediadas, agredidas, ameaçadas.
E agora eu via um grupo de mulheres usando essa luta para uma vingança sórdida de alguém que não tinha mais serventia a elas.
Entendo a ira
Antes de terminar este texto, envio um recado para todas as pessoas que estiverem lendo ou assistindo ao vídeo. E que poderão estar revoltadas com seu conteúdo.
Imagino que vou continuar a ser ofendido como tenho sido no último ano, só porque comecei a mostrar que um caso de acusação criminal tinha um outro lado.
Sim, porque tudo que você leu ou ouviu sobre esse caso por 1 ano e meio foi apenas a versão das acusadoras.
Eu entendo vocês, porque boa parte da culpa disso é da própria imprensa. Foi culpa minha também.
Imprensa sórdida
Boa parte da culpa é de jornalistas levianos que jamais investigaram o caso, mas que se sentem ungidos suficientemente para serem donos da verdade e linchar alguém em praça pública.
A diferença é que, quando eu comecei a publicar as primeiras mensagens entre Calabresa; ou da atriz e ex-namorada de Melhem que o acusou de lhe pedir um boquete (e de humilhá-la e de manter uma relação abusiva), 99% da imprensa e jornalistas continuaram a agir como se não existe outra possibilidade.
Já haviam determinado que Melhem era um monstro e que deveria ser punido.
Ouvi não só de leitoras e leitores, como de jornalistas, frases como:
“Ah, esse aí tá defendendo estuprador”; “Esse Feltrin deve ser assediador também”; “Ele recebeu dinheiro para defender Melhem”; “Esse aí é outro macho que quer transformar as vítimas em culpadas”
Bem, leitores, essas pessoas podem falar o que quiserem, não me importo.
Já fui ameaçado por criminosos, intimidado por empreiteiras, ofendido por políticos corrupto
Não vão ser pessoas levianas, irresponsáveis e sem conhecimento de um caso que investiguei por quase dois anos que vão me calar ou preocupar.
Este texto não é uma opinião. É um trabalho detalhado e doloroso de 18 meses de apuração.
Ei, não vai falar do Melhem?
Ora, Marcius Melhem é santo? Claro que não.
Ele já deu em cima de mulheres? Claro que sim!
Paquerador, galanteador? Flertador? Sem dúvida
Pode algum dia ter sido incômodo ou desagradável? Não duvido mesmo.
Ele traiu a mulher quando estava casado?. Sim, mas lembrem que isso não é crime e nem da nossa conta.
Mas, daí a ser acusado de ser um predador sexual, um sujeito que fez uso do cargo para pedir favores sexuais, que encoxava mulheres nos corredores, que ameaçava aquelas que não cediam a seus desejos?
A verdade pode e vai doer
Isso não aconteceu jamais neste caso sórdido.
Mas, vejam, se um dia aparecer outra mulher acusando Melhem de assédio, não posso responder.
Por que só posso falar do caso que investiguei por quase dois anos: a denúncia de oito atrizes e funcionárias da Globo contra o ex-diretor Melhem, por assédio sexual.
Eu vim aqui hoje falar o que muita gente se recusa a ouvir:
Marcius Melhem é inocente.
Marcius Melhem jamais assediou sexualmente nenhuma das oito mulheres que o acusam.
Ao contrário: ele foi vítima da trama mais maldosa, sórdida, nojenta e vergonhosa que eu já cobri em 31 anos como jornalista.
E olhem que eu comecei a carreira como repórter policial, e ao longo dos anos cobri inúmeros casos de acusações de assédio, estupro ou pedofilia.
Exemplo: fui repórter do caso da Escola Base, que vocês estão vendo no Globoplay.
Eu fui responsável por passar um mês tentando ouvir as vítimas, os donos e funcionários da escola, que tiveram suas vidas destruídas.
Destruídas por duas mães inconsequentes, loucas, e ajudadas por um delegado narcisista e irresponsável.
Depois que a imprensa acabou com vidas, negócios, carreiras e empregos, ela passou a tentar se desculpar.
Mas, sobre isso eu falarei no próximo vídeo, onde vou tratar especialmente do papel da advocacia, dos profissionais do Direito, e sobre o papel da imprensa neste caso horroroso e chocante de 8 mulheres que também destruíram a vida, a carreira e a saúde de uma pessoa.
Eu espero que essa série de vídeos possa ser usada um dia por estudantes de Direito e Jornalismo. Para que aprendam o que não devem jamais fazer em suas profissões.
Como está o caso Calabresa hoje
Vou terminar esse vídeo repetindo como está o caso. Vou situar vocês em que ponto está este caso na esfera policial, civil e criminal.
Desde que a primeira matéria da revista “piauí” saiu, em dezembro de 2020, o caso está sendo investigado e acompanhado só por mulheres. Seis mulheres (duas promotoras, três delegadas e uma juíza).
Vale lembrar: ele ainda pode virar réu. Principalmente porque, se tem algo que não é previsível no Brasil, é a Justiça. Mas, de qualquer forma, as provas e testemunhas estão todas nos autos.
Os depoimentos foram encerrados,. O caso na polícia, na Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) do Rio, está concluído.
A delegada do caso já fez um relatório, enviou-o ao MP e ao TJ; agora, o caso está com a promotoria do Rio.
Está com a 2ª promotora do caso. É ela que vai encaminhar uma espécie de “parecer” sobre tudo que foi apurado até agora a uma juíza do TJRJ.
É essa juíza quem vai decidir: se arquiva tudo por falta de provas, inconsistência da acusação (ou mentiras), ou se leva Melhem para o tribunal como réu.
Como eu disse, a Justiça no Brasil é imprevisível.
Se ele virar réu
Supondo que a Exma. Juíza decida torná-lo réu, o caso passa a tramitar na Justiça Criminal. Aí tudo volta praticamente volta à estaca zero.
Todas as provas, testemunhas de acusação, de defesa, áudios, vídeos, enfim, tudo passa a ser analisado novamente, agora pela Justiça. O tribunal vai ouvir todas as testemunhas novamente.
Nesse caso existe o direito ao contraditório: ou seja, as testemunhas dos dois lados serão interrogadas pelos advogados dos dois lados: acusação e defesa
Com a diferença que, nessa esfera, não é mais possível ficar recriando narrativas, algo que algumas das acusadoras já chegaram a mudar três vezes.
Isso não será possível na Justiça Criminal.
Testemunhas que forem flagradas em mentiras podem ser processadas civil e criminalmente.
Mensagem às leitoras
Quero encerrar esse primeiro texto do caso com uma mensagem para minhas milhões de leitoras. Sim, milhões de mulheres que acompanham o meu trabalho há décadas, e que tenho certeza que sofreram assédio sexual muitas vezes na vida.
Leitoras que quando comecei a revelar o outro lado da história, me escreveram, corajosas, ainda que muitas iradas, dando voto de confiança no meu trabalho como jornalista.
Dizendo que queriam saber a verdade. Que, em vez de me atacarem em nome de uma sororidade acrítica, disseram, como uma antiga leitora:
“Quero saber a verdade. Por mais dolorosa que seja.”
Vocês me desculpem. A verdade nesse caso é, sim, dolorosa.
E também horrível.
Outro lado
Desde o início do caso, os escritórios de defesa de Dani Calabresa e outras sete mulheres têm se recusado a comentar o caso, pois corre em segredo de Justiça.
“A Defesa está focada no que realmente importa: as investigações de assédio (…). Nada justifica o assédio.”
Caso a Defesa das supostas vítimas queira se manifestar este site publicará a nota e atualizará o texto.
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