O pior dos mundos imaginados pelos donos de TVs abertas está se concretizando.
Antes a “dona” da maior fatia da publicidade brasileira, a TV aberta está vendo os grandes anunciantes migrarem de vez para internet.
Há cinco anos, por exemplo, a TV aberta abocanhava 58,3% do dinheiro dos maiores anunciantes do país (o maior é o governo federal, aliás).
Naquele ano a internet tinha apenas uma fatia de 17,1% do bolo da grande publicidade.
Hoje a TV aberta está com 41,7% e a internet, com 35,7%.
Ou seja, talvez em no máximo três anos a balança terá mudado completamente de lado: a nova queridinha da publicidade brasileira e mundial será a web, e não mais a TV.
Não por acaso
No entanto, essa mudança de paradigma não é acidental.
Quando um anunciante expõe sua marca na internet, ele a está exibindo para o mundo, e não para apenas um país ou região.
O segundo ponto positivo de se anunciar na internet é a possibilidade de op consumidor potencial poder comprar o produto imediatamente, com apenas um clique.
O terceiro é a facilidade de poder escolher um nicho: quer vender um produto para jovens? Anuncia no canal do Rezende Evil; quer vender produtos de beleza para mulheres? Vai no canal da Virgínia. E assim por diante…
Esses números estão causando pesadelo nas TVs abertas, sendo que algumas já estão sendo duramente afetadas, como a Record, a Band e a RedeTV.
Rombos generalizados
A Globo teve uma perda de R$ 41 milhões.
Acontece que nada indica que essa queda vai ser revertida.
Veja como ficou a publicidade no ano passado.
2022 comparado com 2018
TV aberta: R$ 8,86 bilhões (41,7%; eram 58,3% em 2018)
Internet: R$ 7,59 bilhão (35,7%; eram 17,1% em 2018))
Mídia externa*: R$ 2,16 bilhão (10,2%)
TV paga: R$ 1,34 bilhão (6,3%)
Rádio: R$ 778,9 milhões (3,7%)
Jornal: R$ 355,6 milhões (1,7%)
Revista: R$ 90,7 milhões (0,4%)
Cinema: R$ 53,6 milhões (0,3%)
Total: R$ 21,24 bilhões**
- Mídia externa é aquela feita fora da casa dos consumidores: outdoors, anúncios ao ar livre, em painéis, pontos de ônibus, postes de temperatura, paredes etc.
**Esse não é o valor TOTAL gasto em publicidade, mas apenas o informado pelas maiores agências. Gastos regionais e no pequeno varejo não estão incluídos nessa conta.
Fonte: Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão)