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Crítica de Cinema: Ande Comigo comove sem cair (muito) no clichê da superação

Entrou esta semana em cartaz o filme dinamarquês “Ande Comigo”, que conta a história da relação entre um soldado que perdeu as pernas e uma bailarina, que também trabalha num centro de reabilitação.

A partir dessa sinopse o leitor pode imaginar: Oh, não, aí vem mais um filme piegas de superação. Mas não é isso, Este é diferente e foge dos muitos clichês ligados ao tema.

Sim, filmes com deficientes e doentes sempre estão presentes no cinema, como o recente “Como Eu Era Antes de Você”, e o atualmente em cartaz “Inseparáveis”, que é uma versão do francês “Os Intocáveis”.

O HORROR DA GUERRA

Mas “Ande Comigo” trata de forma bruta o dano colateral da guerra, e a vítima é o personagem mais improvável do mundo.

Posso explicar sem dar muito spoiler apenas pelos primeiros 10 minutos de filme:

O jovem dinamarquês Thomas (Mikkel Boe Følsgaard, de “O Amante da Rainha”) achava preciso se envolver na luta por um mundo livre e, contra a vontade de sua família, se alista e vai lutar na guerra no Afeganistão, ao lado de outros jovens dinamarqueses e, claro, os norte-americanos.

Mas em uma patrulha de minas ela pisa justamente em uma e fica à beira da morte. Quando acorda, descobre que perdeu enormes pedaços das duas pernas.

Para o leitor entender: além de se tornar um mutilado de guerra, Thomas ainda sofre o preconceito da própria família, que nunca foi favorável ao alistamento.

Pior, sofre também preconceito da sociedade dinamarquesa, um país não adepto da belicosidade norte-americana e da cultura da notoriedade; sofre com a própria culpa, sofre com a culpabilidade dos outros em sua situação. É desesperador.

Durante o processo de fisioterapia ele conhecerá Sofie (a es-pe-ta-cu-lar atriz e bailarina profissional Cecilie Lassen), que o ajudará e o levará a enfrentar todos os seus demônios.

Ela, sim, é a personagem central que mesmeriza o espectador. Sua atuação é de encher os olhos, tanto pela performance nas duas artes –dramaturgia e balé–, como pela beleza. Um deleite.

Um filme que vale muito a pena assistir. Quem gostou de “Como Eu Era antes de Você” certamente vai gostar mais do final de “Ande Comigo”.

Twitter, Facebook e Instagram: @feltrinoficial

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Veja o trailer do filme:

https://www.youtube.com/watch?v=D3dynjjg0H8