Hickmann planejou fraude e usou firma ‘laranja’ contra ex

Hickmann planejou fraude e usou firma ‘laranja’ contra o ex-Alexandre Corrêa, segundo documentos exclusivos obtidos por este site e canal.

Nesta reportagem, os leitores terão acesso a documentação, cruzamento de dados e cronologia que comprovam que Ana Lúcia Hickmann premeditou fraudar e enganar seu marido ao menos desde janeiro do ano passado.

Ela planejou fraude

A premeditação será explicada de forma didática e cronológica logo abaixo.

Os documentos foram obtidos por este jornalista nas Juntas Comerciais do Rio e de São Paulo, além de investigações paralelas com contadores e advogados especialistas em PJs.

Veja agora o passo a passo do golpe em ordem cronológica:

Janeiro de 2023 – Firma laranja

Uma empresa chamada Meliá “nasce” no Rio de Janeiro. Essa empresa permanece no nome de Eduardo Duarte até o final de outubro.

Esse senhor Eduardo já criou mais de 700 empresas no Brasil e está sendo investigado pela Polícia Federal.

De forma sincrônica, no momento em que a Meliá é criada, a apresentadora da Record expulsa Alexandre Corrêa do quarto do casal em Itu, interior de SP.

A empresa carioca Meliá fica “dormente”, sem fazer negócios, até outubro do ano passado.

26 de outubro de 2023

Poucos dias antes da famosa “briga” de 11/11, a empresa Meliá “muda” para São Paulo, e ganha uma “sede” na avenida Consolação. Ainda está em nome de Eduardo.

Depois, a “sede” é transferida para a rua Apinajés (numa propriedade de Ana Hickmann) e, depois ainda, para a rua do Bosque (atual).

11 de novembro

Dia da famigerada “briga” em Itu. Ana registra B.O. e faz exame de corpo de delito na Santa Casa de Itu.

O laudo diz que o ferimento pode ser resultado de uma queda. Ana não responde ao médico quando ele pergunta como ela se machucou.

Mais tarde, em São Paulo, inexplicavelmente, o IML diz que Ana foi vítima de “lesão corporal”.

17 de novembro

Nesse dia, Alexandre Corrêa é chamado para uma conversa com novos advogados da ex-mulher.

Ele é coagido a assinar documentos abrindo mão da administração (mas não sociedade) da Hickmann Serviços e demais 6 CNPJs da “holding”.

Segundo Ana, essa será a contrapartida para esquecerem o assunto (briga) e não falarem mais nisso. Alexandre, encurralado, concorda.

Hickmann e advogados festejam.

22 de novembro

Três dias úteis depois da assinatura, Ana Hickmann vai à polícia em São Paulo e acusa o marido de ser violento, andar armado e ameaçá-la.

Diz à polícia que ele tem uma arma em casa, em Perdizes. Ganha uma medida protetiva baseada na Lei Maria da Penha.

23 de novembro

Alexandre é chamado para depor sobre o B.O. feito por Ana, na Polícia Civil de Itu. E também descobre que, no dia anterior, ela o acusou de andar armado e de oferecer risco.

Enquanto depõe, e após ser revistado duas vezes, ele é avisado pela delegada que o apartamento do casal em SP está sendo arrombado pela polícia.

A polícia invade o imóvel e vai diretamente ao local em que Hickmann denunciou que Alexandre “guardava” uma arma “sem registro”.

A polícia não acha nada.

Ana Hickmann, sua irmã, Fernanda, e amigos próximos ficam atordoados: tinham CERTEZA que a arma seria encontrada.

Todos concordam que Alexandre não poderia ter levado a arma, uma vez que ele não estava nem sequer em São Paulo.

23 de novembro

Horas depois de depor em Itu, Alexandre viaja para São Paulo, e encontra o apartamento devastado. Tudo que lhe pertencia, exceto as roupas, sumiu.

Esse foi um dia cheio para Ana Hickmann: nessa data, a empresa carioca Meliá muda de nome e passa a se chamar Hickmann House.

Ana passa a ser sua única proprietária. Sai de cena o “laranja” carioca Eduardo Duarte, entra em cena a empresária “empoderada” e agora também “vítima” de violência doméstica.

24 de novembro

Única administradora da Hickmann Serviços, a empresária Ana Hickmann começa a transferir todos os contratos e bens da velha empresa para a nova, a House.

26 de novembro

Dois dias depois, sua entrevista é exibida no “Domingo Espetacular”.

Nela, Ana acusa Alexandre de crimes gravíssimos, como fraude, desvio de dinheiro e de violência doméstica.

Ela o acusa também de alienação parental e tenta impedir que o filho do casal, Alezinho, veja o pai com regularidade.

A entrevista na Record e suas lágrimas copiosas geram uma comoção e revolta nacional .

Alexandre passa a se esconder no imóvel de uma amiga em São Paulo, e não pode mais sair nas ruas. Por telefone, é ameaçado de morte.

27 de novembro

Um dia após a entrevista, ela pede à Justiça que seu divórcio seja feito baseado na Lei Maria da Penha.

Ela também apresenta “novos” documentos e um dossiê, acusando-o de desvio, fraudes e falsificação de assinaturas.

Isso transformaria Alexandre no único culpado pelas dívidas de R$ 30 milhões.

Ela sairia do caso como mais uma mulher “vítima da violência doméstica”, indefesa e que jamais soube a situação das próprias empresas.

29 de novembro

A Justiça rejeita a tramitação do divórcio pela Lei Maria da Penha, na primeira grande derrota dela no processo.

Depois, sofreria outras: não consegue tirar de Alexandre da guarda compartilhada do filho.

7 de dezembro

Continuam as mudanças de atividade econômica e cadastros da Hickmann House.

22 de janeiro

A mesma coisa, a migração de contratos e patrimônio continua.

24 de janeiro de 2024

A Hickmann House altera sua atividade econômica, objeto social e endereço, mais uma vez. Os demais CNPJs de Ana Lúcia Hickmann estão sendo desativados.

27 de janeiro de 2024

Este jornalista tem acesso a documentos e informações que comprovam que ana Lúcia Hickmann fraudou provas contra o marido e mentiu à Justiça.

28 de janeiro

Esta coluna revela o estranho caso do arrombamento do apartamento do casal em Perdizes e da arma que “sumiu”.

30 de janeiro

Este jornalista descobre o minuto a minuto do que aconteceu em 11/11/23, fatídico dia da briga do casal em Itu.

Especialistas falam

Segundo advogados ouvidos por este site, as ações de esvaziamento patrimonial da Hickmann Serviços e sua transferência para a Hickmann House carrega várias irregularidades e mesmo crimes. A saber:

• A empresa foi comprada de “laranja” um ano antes do golpe, para ficar pronta, mas adormecida no mercado;
• Fraude patrimonial
• Desvio de patrimônio
• Fraude fiscal
• Fraude contra credores
• Sonegação
• Dissimulação

Outro lado – Alexandre Corrêa

Procurado, Enio Murad, advogado de Alexandre, se disse chocado com as descobertas.

Ele afirmou que denunciará ainda hoje Ana Hickmann hoje por fraudes, falsificações e uso de laranjas, no Deic e junto à Receita Federal.

Outro lado – Ana Hickmann

Este jornalista, mais uma vez, procurou tanto Ana Hickmann como seus advogados, bem como sua assessora, para que respondesse aos fatos relatados e provas desta reportagem.

Até o momento, não houve resposta.

Outro lado – Eduardo Duarte

Até o momento, o criador da empresa que deu origem à Hickmann House ainda não foi localizado.

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