O épico “Dunkirk”, que estreou ontem nos cinemas do país, é mais uma prova de que Christopher Nolan (“A Origem”) é um dos maiores cineastas vivos –quiçá um dos melhores de todos os tempos.
Épico que descreve uma história não muito conhecida da 2ª Guerra, ele faz a plateia engolir seco durante pouco mais de 100 minutos.
MESTRE CHRISTOPHER NOLAN
A história não é muito conhecida certamente por não envolver uma vitória, e sim uma retirada.
E Nolan, com delicadeza, mostra de forma magistral a linha tênue que existe entre a covardia e o heroísmo em tempos de barbárie.
Apesar de o longa não ter nem sequer centena de diálogos em 1h20, ele é ensurdecedor.
SEM HERÓIS EM DUNKIRK
Primeiro porque o silêncio é preenchido por uma sonoplastia espantosa e uma trilha sonora de apertar o peito.
Outra “novidade” é o fato de o filme não ter exatamente um “mocinho”, exceto alguns pilotos da RAF (Real Força Aérea) britânica (como Tom Hardy).
No entanto, estão tão encapuzados e metidos em tantos apuros que você demora a perceber o quanto foram heróis.
A BATALHA
Para situar o leitor: a “batalha” de Dunkirk (Dunquerque, em português) foi um momento fundamental da 2ª Guerra, quando quase 400 mil soldados britânicos (maioria) e franceses foram encurralados por uma destrutiva divisão panzer nazista no nordeste da França.
Encalacrados numa longa região costeira, os soldados brtiânicos e franceses se tornaram alvos fáceis de um massacre aéreo nazista.
Ao mesmo tempo navios e torpedeiros alemães impediam de todas as formas que navios aliados viessem em socorro dos soldados.
Não há spoiler, já que afinal tudo está nos livros de história.
HEROÍSMO INGLÊS MAS DIFUSO
Estima-se que, dos 400 mil, mais de 330 mil soldados foram salvos não pelas forças armadas britânicas, mas por cidadãos ingleses comuns que, convocados, atravessaram o canal que separa os dois países a bordo de barcos de passeio, iates ou pesqueiros, a fim de resgatar o seus.
É um filme literalmente soberbo, perfeito nos mínimos detalhes e enche o público de pavor e expectativa. É tudo o que se pode esperar como arte cinematográfica.
Claro, se você detestar filmes de guerra (como minha mãe octagenária, por exemplo), não deve perder seu tempo. Mas vai perder uma obra-prima da história do cinema.
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Veja o trailer do filme (na imagem, Tom Hardy)
https://www.youtube.com/watch?v=6LCvfBNMcwI