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Breve história do feminismo e do “femismo” – Ep. 1

Breve história do feminismo e do “femismo”

Breve história do feminismo e do “femismo”, ainda mais contada por um homem heterossexual, é tudo que essa segunda linha mais poderia odiar.

Porém, ainda temos em vigor a liberdade de expressão e de análise histórica, então, como dizia o grande Zagallo, “vão ter de me engolir”.

Feminismo e feminismo

Devido à falta de conhecimento, hoje em dia, aa pessoas confundem feminismo e femismo”. 

São ideologias completamente diferentes e com objetivos totalmente antagônicos

O feminismo é um movimento multifuncional e prático, que começou timidamente há 235 anos, na Revolução Francesa.

Afinal, seria ridículo e hipócrita usar o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” só entre o gênero masculino.

E fez-se a Luz

Enfim, o feminismo –nem tinha esse nome”– vai ser uma das últimas boas consequências do iluminismo (1685-1815).

A propósito, o nome Iluminismo não é por acaso: a humanidade  começa lentamente a sair do período das trevas.

No entanto, ainda foi preciso esperar mais de um século de “luz” na sociedade para que o embrião do feminismo surgisse.

Ele nasceu timidamente com o discurso de igualdade com o gênero masculino, e envolvendo centralmente respeito ao ser humano como iguais

É fundamentado em humanismo senso de Justiça social, jurídica e  política.

Voltemos ao passado

Agora vamos voltar 190 mil anos, idade estimada para o homo sapiens.

Imagino que por motivos biológicos, pelo fato de ser um gênero mais agressivo, o macho se tornou preponderante.

Imagino (uma ilação) que, por ter naturalmente essa agressividade inata, e por ter se tornado o “caçador naquelas famílias pré-históricas, ele certamente subjugou as fêmeas.

188 mil anos

Então veja: por mais de 188 mil anos a mulher baixou a cabeça para o macho.

Foi tratada como ser inferior, moeda de troca, escrava, cortesão e subgênero.

Foi preciso que a raça humana existisse por quase 200 mil anos para que esse gênero pudesse ter alguma voz.

Só que era uma luta pelo básico. Ter alguns direitos, não ser tratada como um objeto ou simplesmente poder votar.

Vamos pular as ondinhas

Há diversas teorias para datar as ondas feministas.

A primeira onda

As norte-americanas Lucretia Mott e Elizabeth Stanton são consideradas pioneiras em reuniões de defesa ao feminismo.

Entretanto, a britânica Mary Wollstonecraft era a pioneira europeia..

De fato, é considerada por muitos como a primeira mulher a criar uma base filosófica feminista. 


É dela a famosa frase “tanto homens quanto mulheres devem ser tratados como seres racionais”.

Frase que hoje parece absurda.

A primeira cancelada

Mary, foi alvo de cancelamento dos “machos” desde o primeiro texto.

A escritora é considerada “mãe” da primeira onda (tímida) feminista intelectual.

Cinco anos antes de morrer, em 1792, foi para Paris e, diz a lenda, viu o rei Luís XVI perder a cabeça (literalmente).

A segunda

Ela começa em 1963, com a defesa da legalização do aborto, do divórcio e do fim do preconceito contra mulheres que praticavam sexo casual.

Ora, só os homens podiam? Houve grande reação e o preconceito contra elas se disseminou tanto entre homens como em mulheres puritanas.

Do ponto de vista sexual, a demanda vai eclodir com grande força nos EUA, na esteira dos movimentos libertários e dos anos 66 e 67 (o “Verão do Amor”).

Eu nasci durante esse momento.

Verão do Amor serviu de impulso à igualdade de comportamento sexual dos gêneros

Verão do Amor serviu de impulso à igualdade de comportamento sexual dos gêneros

De novo, como na revolução Francesa: ficaria ridículo a temporada do amor livre só valer para homens.

No Brasil, por incrível que pareça, o segundo movimento tem apoio no “clube do Bolinha” dos governos militares. A gente fala sobre isso no próximo texto.

O grande problema desse período foi a chegada um outro movimento que se auto denominava “feminista”, só que “cristão”.

Na verdade, essa linha foi amplamente defendida por homens, ditos “conservadores”. Por que será?

No final, o movimento começa a bater cabeça quando entra em temas como prostituição e pornografia.

Esses assuntos seguirão dividindo muitas feministas da próxima onda.

Simone

O expoente da segunda onda –e parte até da terceira– é Simone de Beauvoir.

É a primeira a levantar a voz contra a exclusão das mulheres na política e a desigualdade salarial.

Sua obra-prima é “O Segundo Sexo”, provavelmente o primeiro raio-X da condiação e lugar da mulher na sociedade.

Há bastante “romantização” na relação de Beauvoir e seu esposo, Jean-Paul Sartre.

Embora tenham sido descritos como “o casal perfeito”, Sartre só era liberal e igualitário em algumas atitudes.

Criticou muito do que ela escrevia, e quando ele fazia isso ela geralmente jogava os textos fora.

Imaginem o que o feminismo teórico perdeu por causa do filósofo.

Ele costumava dizer que “ela é inteligente como um homem”. 

Terceira onda

Quem anuncia esse acontecimento pela primeira vez o termo “terceira onda” foi Rebecca Walker, nos anos 90.

–*Filha de uma ativista radical, negra, Rebecca vai ser a “Camille Paglia” da terceira onda (veja mais abaixo).

Podemos dizer que sua defesa maior é pela educação, que considera a condição sine qua non para a mudança de qualquer sociedade.

Com ela, pela primeira vez, as então feministas classe média branca percebeN que há outras mulheres no mundo: existem mulheres negras, pobres, indígenas, transgênero etc. 

Além de Rebecca, outras expoentes dessa maré são Betty Friedan e Gloria Steinem, cada uma a seu modo.

Friedan vai questionar a ocupação da chamada “dona de casa” e impulsionará o feminismo também às mulheres judias. É uma das grandes dessa história. 

Porcos chauvinistas

É na terceira onda que surge o termo “chauvinismo” passará a ser usado com a combinação “porco” e será usado dali em diante, incorretamente, como significando o “macho escroto” (quarta onda).

A palavra tem origem em um soldado francês xenófobo e puxa-saco de Napoleão.

Também continua um “racha” entre muitas feministas dessa onda com relação à prostituição e à pornografia.

Isso só vai virar um ponto pacífico a seguir.

Camille Paglia, a pensadora, ensaísta e feminista (sim) virou persona non grata no movimento só porque disse:

Camille Paglia

Não dá para cobrar perfeição dos homens, como se estivéssemos no escritório. Paglia, Camille

Quarta onda

Esse movimento nasce e ainda vive nas redes sociais, principalmente.

De uma maneira mais assertiva, mulheres começam a atacar e defender a punição mais pesada para assédio sexual e “estupro”.

É justamente nas redes sociais que elas levantarão contra o assédio sexual e moral, desencadeando uma reação mundial sem precedentes contra o machismo.

Em 2017, surgirá nas redes o movimento “Me Too”. Eu considero a quinta onda.

Esse é o tema do próximo texto “Breve História do Feminismo e do Femismo”

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