Fui assistir ao filme “Buscando”, que está em cartaz nos cinemas, com certa curiosidade, embora não seja meu estilo (drama investigativo) de cinema preferido.
O que me chamou a atenção, antes de ir, foi a quantidade de resenhas e críticas elogiosas a esse filme do estreante diretor Aneesh Chaganty.
“Inovador”, “insinuante”, “ótimo”, “soberbo” foram alguns adjetivos que andei lendo na internet nos últimos dias. “Estética revolucionária” também vi, um tanto incrédulo. Acho que estava certo em não crer e ver por meus próprios olhos.
Outro motivo que me faria assistir a “Buscando…” (sim, oficialmente tem as reticências) é porque ele tem Debra Messing (“Will & Grace”) no elenco.
Eu confesso: assisto até partida de pôquer ou “A Fazenda” se ela estivesse presente.
“BUSCANDO” … NUMA TELA
Ante de fazer uma breve sinopse para que saibam do que trata a história, preciso dar um “spoiler” técnico e do bem:
“Buscando…” é feito sob o ponto de vista de uma tela de computador e de outros “devices”… (acho muito antipático usar “device” quando poderia usar “aparelho”).
Ou seja, do comeeeeeeço ao fim você vai ver uma história contada a partir da “tela” de um laptop, ou do facetime, ou do messenger, ou do YouTube, ou do Google ou de qualquer outro site, aplicativo ou plataforma que o diretor decidir.
Desde que seja uma outra tela que não a do próprio cinema.
Algo que “Amizade Desfeita” já havia antecipado quatro anos atrás, aliás.
VOCÊ ESTÁ COM SONO, MUUUITO SONO
Além dessa torrente sem fim (falo sério) de troca de mensagens, vídeos postados, navegação em sites de notícias, cursor passeando na tela e “sonoplastia” de sistemas de troca de mensagens, quase tudo mais é captado a partir de câmeras de internet ou retransmissão de TV ou etc.
Deixem-me ser bem claro como cinéfilo: essa estética, digamos, “youtuber” cansa e causa perda de interesse após algum tempo para muita gente.
“Estética ou linguagem revolucionária”?
Menos, minha gente. Vocês estão se empolgando por pouca coisa.
Mas, a estética nem é o pior.
O que causa enfado mesmo é a trama forçada em torno desse pai em busca da filha de 16 anos desaparecida misteriosamente de casa.
Ao começar a fuçar em suas redes sociais e laptop ele acaba descobrindo pistas de seu paradeiro… e de sua personalidade, claro.
Tudo vai mudando de rumo a cada 10 minutos de novos intermináveis imagens de telinhas e trocas de mensagens (e dá-lhe mais facetime!) com a Dectetive Rosemary Vick.
Sim, esse é o nome usado quase o tempo todo para a personagem interpretada por Debra Messing.
O pai da desaparecida é David Kim (o ator John Cho) e, para variar um pouco, ele é viúvo e cuida abnegadamente da filha.
A trama força a mão em tudo: nas reviravoltas, nos diálogos, na montagem, nas pistas que aparecem e desaparecem… Simplesmente perde-se a naturalidade e tudo fica um tanto caricato até, a um certo momento.
Além disso, pessoalmente, achei que Cho não segurou a onda como protagonista, sem falar no desfecho que chega a ser infantil.
Tudo parece uma história inventada por um “nerd” que não é muito criativo, por sinal.
Se alguém me perguntar: “Mas, vale a pena?”
Minha resposta pessoal é não.
Mas, se você pode gastar R$ 35 nisso impunemente, é por sua conta e risco.
Além disso lembre-se que a crítica de um produto, seja ele qual for –um filme, um álbum, uma novela, um prato de comida–, sempre depende do gosto pessoal de quem a faz. E você pode achar tudo diferente e amar o filme.
Tenho lido gente dizendo que é o maior filme do ano. Respeito, mas não concordo nem como melhor filme da quinzena.
Garanto apenas que você não vai sair do cinema com sentimento neutro.
Possivelmente por causa do cansaço.
Veja aqui outras críticas de cinema ou da Netflix no site Ooops
Assista ao trailer de “Buscando”, de Aneesh Chaganty
Filme: “Buscando” #Buscando
Onde: Em cartaz nos cinemas
Avaliação: Chatoooo ???