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Cinema: Em cartaz, 2 lindos filmes orientais que podem ser difíceis

Estão em cartaz nos cinemas de algumas capitais (como São Paulo) dois filmes orientais que eu não considero de fácil digestão para o espectador de cinema tradicional: o coreano “O Dia Depois” e o japonês “Antes que Tudo Desapareça” (“Before We Vanish”).

Quando eu digo que não são de fácil digestão, estou falando a pessoas que costumam ir aos cinemas para ver filmes, digamos, do circuito comercial, sejam norte-americanos ou europeus.

FILMES ORIENTAIS

Acontece que tanto “O Dia Depois” (do diretor Hong Sang-soo), como “Antes que Tudo Desapareça”, de Kyioshi Kurosawa (nenhum parentesco com Akira), têm estéticas que o Brasil não está lá muito acostumado.

Daí a possibilidade de alguém entrar no cinema e sair desgostoso –o que seria um pecado, uma vez que ambos são lindos a seu próprio modo.

O DIA DEPOIS

Em preto e branco, absolutamente teatralizado, meio  “arrastado” até, “O Dia Depois” conta basicamente a história de Areum (Kim Min-hee), uma bela jovem escritora e mestranda em literatura que vai trabalhar no escritório de uma pequena editora.

O problema é que o dono da editora, Kim Bong-wan, é um senhor bem esquisito e perturbado, que está cheio de problemas porque sua mulher descobriu que ele tem uma amante (no final do filme você conhecerá mais problemas da cabeça dele).

Por sinal, a amante trabalhava com Bong-wan na editora, mas ela foi embora com o coração partido, já que ele (o ator Kwon hae-Hyo) é literalmente um traste.

Bong-wan é casado, tem uma filhinha, mas está sempre bêbado e declarando amor para outras mulheres como a pobre ex-funcionária Lee-Chang-sook.

Acontece que um belo dia quem entra na editora? Hein? Hein? Hein?

Sim, a mulher oficial do ordinário, que confunde tudo e acha que a jovem Areum, que está ali trabalhando honestamente,  é a amante de seu marido.

A partir daí a vida de todos vira mais baderna ainda.

É divertido, interessante e tem uma montagem que a alguns brasileiros pode lembrar um pouquinho as fotonovelas preto e branco dos anos 70.

Mesmo assim vi algumas pessoas deixando a sala de cinema bufando, porque, imagino, estavam fartas do andamento do filme.

É esse tipo de “surpresa” que eu quero evitar que meus quatro ou cinco leitores tenham.

ANTES QUE TUDO DESAPAREÇA

Apenas por curiosidade, em japonês o título desse filme é “Sanpo Suru Shinryakusha”.

Nele, alguns terráqueos começam a conviver forçadamente com três alienígenas que chegaram para avisar que o fim está próximo e que a raça deles está prestes a invadir o planeta e a acabar com a nossa.

Também é um filme com cadência vagarosa, um humor muito fino e às vezes até subliminar.

O problema –para muitos– pode ser a montagem

“Antes que Tudo Desapareça” lembra em vários momentos um mangá, o famoso “quadrinho japonês”, não só pela história em si, como pelos cortes, pela edição e pela montagem.

No Japão, imagino que esse filme possa ser considerado “comercial”.

No Brasil, no entanto, significa uma outra linguagem, um outro tipo de cinema.

Ambos filmes são lindos, tristes, engraçados e mostram um lado patético do ser humano.

Mas não são nada fáceis de assistir se você não estiver preparado para outro tipo de experiência diante da tela.

Filme: O Dia Depois

Onde: Nos cinemas

Avaliação: Ótimo ????

(***)

Filme: Antes que Tudo Desapareça  

Onde: Nos cinemas

Avaliação: Muito Bom ???

Leia outras críticas de cinema no site Ooops

Veja abaixo o trailer dos dois filmes

O DIA DEPOIS

ANTES QUE TUDO DESAPAREÇA