Do princípio ao fim, Os Incríveis 2, em cartaz nos cinemas desde 28 de junho, é um filme “empoderado”.
Sim, amiguinhos, “empoderamento feminino” é uma expressão já surrada e meio que insuportável, mas certamente foi de olho nessa “tendência” mundial que a animação foi pensada.
O lado positivo é que o resultado é adorável.
Se bem que isso não é mais que obrigação para os lerdos produtores, uma vez que demoraram 14 anos (!) para fazer essa sequência.
Aliás, vale o adendo: o nº 2 é tão bom e divertido quanto o primeiro.
A FAMÍLIA INCRÍVEL
A premissa é bem simpática. Os super-heróis estão proibidos na cidade, cujos governantes optaram em bancar um seguro especial contra bandidos.
Há motivos para a precaução, claro. Os nossos heróis até salvam o dia contra os facínoras, mas sempre deixam uma pilha de destroços atrás.
Só que parte da mídia e da população ama os heróis e os querem de volta às ruas.
Porém dessa vez a família não vai atuar junta. Quem vai enfrentar a saga e se tornar o “rostinho” publicitário do heroísmo é Helena (A Mulher Elástica, dublada por Holly Hunter).
(Nota familiar: “Nossa, como fizeram ela bunduda”, exclamou minha mãe octagenária no cinema, assim que viu Helena em seu uniforme).
Enquanto Helena sai às ruas para combater o crime e ganhar apoio da população (apoiada por uma companhia cuja liderança também cabe a uma garota) o marido Roberto tem de ficar em casa com os três filhos hiperativos e cuidar dos afazeres domésticos.
BETO, MAGOADO E DO LAR
Beto na verdade é um bom coração, mas, coitado, tem de ocupar as crianças malucas antes que o enlouqueçam.
Ele também terá de cozinhar, lavar e –pior– ainda lidar com o ciúme por ver a mulher brilhando na mídia, enquanto ele está oculto dentro de casa.
Parece clichê, mas está longe disso e não deixa de ser uma ótima mensagem contra o machismo dominante no mundo.
O pior que poderia acontecer para ele, no entanto, é descobrir que, além do filho peste e da filha cínica, o bebê caçula também tem seu poder “sobrenatural”.
É uma animação muito graciosa, otimamente encadeada e roteirizada, e o público mal percebe ao final que já se passaram quase duas horas.
Desnecessário dizer que “Os Incríveis 2” foi feito para toda família e algo que chama a atenção é que, ao contrário de outras animações, ele não usa a velha muleta de fazer referências repetitivas à cultura pop.
É uma história original e engraçada, que não imita ou macaqueia outros roteiros ou animações.
A família é de heróis, mas no fundo eles são gente como a gente. Com todas as suas qualidades e defeitos.
Isso, sim, nos nossos tempos, é o mais incrível.
Filme: Os Incríveis 2
Onde: Em cartaz nos cinemas
Avaliação: Excelente ?????