Acaba de estrear nos cinemas o filme “Golda”.
Golda Mabovitch (mais tarde Meir) nasceu no final do século 19 (1898) onde hoje é Kiev, na Ucrânia.
Aos 8 anos, mudou com a família (pobre) para os EUA. Aos 21, casada, emigrou para o que hoje é Israel.
Quando mulheres, assim como hoje, não tinham espaço na política MUNDIAL, Golda lutava para manter vivo aquilo que hoje se chama Israel.
Foi ministra do Trabalho, do Interior, das Relações Exteriores e, finalmente, primeira-ministra. E o foi num piores e mais cruciais momentos do povo judeu.
Pena que “Golda – A Mulher de Uma Nação”, comece apenas em 1973, na covarde guerra que os árabes iniciaram contra os israelenses (como se toda guerra não fosse covarde).
Podia ter começado um ano antes, quando ela foi chefe de Estado no igualmente covarde massacre de atletas israelenses em Munique (11 judeus mortos).
Enfim, quando quando essa palavra ainda não tinha se tornado um pé no saco no Ocidente, Golda já era empoderada e estava à frente de um país em guerra (ou estado de) permanente.
O filme
O filme e Guy Nattiv abrange apenas um dos cinco anos em que Golda foi primeira-ministra. Começa e acaba basicamente na guerra do Yom Kippur, em 1973.
Israel sabia que os vizinhos estavam preparando outra agressão em larga escala.
No entanto, para não melindrar a “comunidade internacional”, esperou ser atacado. Caso contrário poderia ter reduzido os quase 1.000 soldados mortos.
Ainda assim isso foi um quarto do que os inimigos Egito, Síria e Iraque perderam.
Golda não só enfrentou os árabes, mas um câncer. Morreu por causa do último, em 1978.
Quem não sabe muito sobre Oriente Médio, pode ficar meio perdido nesse filme de guerra –já contada por Amos Gitai sob o ponto de vista dos soldados (“O Dia do Perdão”, 2000).
Helen Mirren é um espetáculo em “Golda” (Montagem -/ Reprodução Aventuras na História)
Helen Mirren
O título não nega, e “Golda – A Mulher de Uma Nação” é carregado de licenças poéticas e momentos de mitificação, sofrimento e superação da biografada
Afinal, é um filme essencialmente britânico.
Um defeito? Talvez devesse ser falado em hebraico (não faltam atores e atrizes qualificados para isso). O inglês com sotaque “fake” enfraquece.
Nem sei quais serão as concorrentes, mas acredito que Helen Mirren já é séria candidata ao Oscar.
Não tanto por que faz uma interpretação complexa, mas porque a faz simples. Afinal, Golda também era uma mulher extremamente simples.
O que Mirren mostra é uma arte dramatúrgica refinada. Uma interpretação delicada, minimalista e contida. E, ao mesmo tempo, impressionante.
Avaliação: 🦆🦆🦆
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Essa é a verdadeira Golda (1898-1978)