Em “Tudo que Quero”, filme que acaba de estrear nos cinemas, Wendy é uma garota de 18 anos que vive num lar para pessoas com algum espectro de autismo. Filha mais nova de uma mãe solteira, desde criança ela tem surtos de raiva e psicose.
Ao mesmo tempo seu Q.I. é fabuloso, e ela apaixonada –ou melhor, obcecada– pela saga “Star Trek”, que ela assiste toda noite ao lado de seu cãozinho, Pete.
Um dia a Paramount Pictures abre um concurso para que qualquer pessoa fã de “Star Trek” possa escrever o roteiro de um episódio da saga com o capitão James Kirk e seus oficiais. O melhor roteiro vai virar realidade.
Ou melhor, ficção: um capítulo que o estúdio vai gravar
TUDO QUE QUERO (É ROTINA)
Essa é basicamente a sinopse de “Tudo que Quero”, que tem uma história criativa, simples e bonita, e Dakota Fanning (“A Menina e o Porquinho”, entre outros) em uma atuação mesmerizante.
O autismo (ou seus espectros) já foi abordado no cinema, mas poucas vezes de uma forma tão delicada e fofa como neste filme do diretor Bem Lewin.
Outro ponto positivo do filme é a coesão do elenco, que tem figurinhas conhecidíssimas dos amantes de cinema, como Toni Collette, que interpreta Scottie –a abnegada diretora da casa-abrigo para autistas.
Detalhe: Scottie tem problemas dentro de casa com o filho adolescente, em fase de crescimento e irritação.
Tem também a atriz Alice Eve, que faz o papel de Audrey, a irmã mais velha e paciente de Wendy, que teve de passar a vida cuidando da menina até descobrir que estava grávida e ter de colocá-la na casa-abrigo (espécie de clínica).
ENFRENTANDO A SI PRÓPRIA
Voltando ao filme: no meio de um surto, Wendy acaba descobrindo que não conseguirá mais enviar pelo correio seu roteiro meticuloso de 476 páginas para a Paramount, e decide ir até Los Angeles sozinha.
Então enfrentará todos os seus demônios e anjos internos –além dos externos–, além de provocar um caos na casa-abrigo e na família que lhe restou.
Apesar de não ser um filme que vá entrar e nenhum panteão das obras de arte de Hollywood, “Tudo que Quero” é um daqueles roteiros raros em sua simplicidade e beleza.
Também é inclusivo, esclarecedor e faz muita gente sair da sala de cinema com um sorriso no rosto.
Filme: Tudo que quero
Onde: Em cartaz nos cinemas
Avaliação: Ótimo ????