Se você substituísse todos os macacos do novo filme por humanos de um lugar qualquer, enfrentando forças inimigas, a história seria semelhante a qualquer outro filme de “guerra”. Há mocinhos e bandidos.
No caso do filme que estreou ontem nas principais capitais do país, os símios são os heróis.
O homem branco (ou preto) é o vilão asqueroso que quer subjugar e eliminar a outra raça.
Raça essa que está desenvolvendo sentimentos, inteligência e senso de humanidade (é sério) que causariam inveja aos humanos atuais (o que dizer então daqueles sujeitos que votam lá em Brasília, hein? hein?)
SENTA QUE LÁ VEM…
Vamos à história sem spoilers. Os macacos inteligentes estão refugiados no meio da selva, para onde migraram para escapar da matança perpretada pelo “homem branco” (ps: anos atrás um experimento humano malfeito gerou um supervírus símio que se espalhou pelo mundo e dizimou a população blablablá).
Batalhões humanos saem ao seu encalço, e o líder militar máximo é o Colonel (Woody Harrelson), um sujeito pervertido, cruel, abominável, psicopata, mas –vejam que bonitinho– que também um segredo íntimo que o fará humanamente aceitável. Rá.
Do lado símio está Cesar, um líder focado, porém justo, uma espécie de “Moisés” ajudando seu povo a encontrar a “terra prometida”, que fica sabe-se lá aonde, depois de uma faixa de deserto que o povo terá de percorrer. Graças aos céus, não por 40 anos, caso contrário o filme estaria apenas começando.
REFERÊNCIA AOS JUDEUS? SIM
Falando em Moisés, há uma exasperante e descarada correlação entre o sofrimento dos macacos (prisões, campos de concentração, perseguição, guetos, a solução final etc etc) e a história do povo judaico no século 20.
O final do filme, aliás, chega a ser constrangedor a esse respeito. De certa forma tudo isso só reforça porque os judeus reinam em Hollywood desde as priscas eras dos chamados moguls. Vá lá, não é difícil entender o porquê de tanta autorreferência, mas, que muitas vezes irrita, irrita.
De qualquer forma, o filme é muito bem feito. Um pouco prolixo, sim, mas tem uma boa história de guerra.
Minha sugestão é que você poupe seu rico dinheirinho e não faça a besteira de ir ver à versão caríssima em 3D, porque você não vai ganhar absolutamente nada com isso –exceto desviar de susto deste ou aquele estilhaço. Bobagem.
Filme – Planeta dos Macacos: A Guerra
Onde – Em cartaz no circuito de cinemas
Avaliação – Bom ??
Leia mais críticas de cinema no site Ooops!
Veja o trailer do filme: