Globo demite equipe que denunciou assédio no canal Multishow, no ano passado. Os acusados eram o elenco do humorístico “Vai Que Cola”.
Não só os redatores foram dispensados, mas também a própria produtora Floresta.
É a segunda emissora do grupo Globo a ter acusações de assédio moral, e no mesmo setor: redatores.
A GNT teve acusações durante as gravações do “Dani-se”, de Dani Calabresa.
Equipe denunciou
Em agosto do ano passado, os redatores denunciaram o elenco ao compliance do Grupo Globo.
Disseram estar sofrendo assédio e até agressões verbais do elenco do “Vai Que Cola”.
Trata-se de um programa de humor que tinha como estrela Paulo Gustavo (1978-2021).
Com a morte de Paulo, o que era chato virou insuportável. O programa é traço de audiência no Multishow, que por sua vez é uma emissora traço de audiência também.
Segundo os redatores, alguns atores e atrizes começaram a criticar os textos de forma mal educada e até agressiva; e na frente de outras pessoas. Eles reclamavam do texto, das piadas, de tudo.
Um deles, André Gabeh, primeiro a reagir aos supostos insultos, foi demitido.
Todos os funcionários que assinaram carta em apoio a ele, também foram dispensados.
Globo demite vítimas
À época, o Multishow afirmou que investigaria o caso. Sim, investigou por seis meses e decidiu demitir todo mundo.
A verdade é simples: a emissora jamais puniria o elenco. A corda roeu do lado mais fraco.
Veja a nota do Multishow publicada em agosto:
“O Multishow está acompanhando atentamente o caso de roteiristas do Vai Que Cola que vieram a público relatar problemas de relacionamento com colegas de equipe e com o elenco do programa.
Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa, com o elenco e com os profissionais que relataram supostas situações de abuso.
O Código de Ética da Globo estabelece que situações de discriminação e assédio não são toleradas. Quando denúncias desta natureza chegam ao conhecimento do canal, elas são devidamente apuradas e, conforme o caso, são feitos ajustes de processos e outras medidas corretivas.”
A Abra (associação brasileira de roteiristas e escritores) disse em nota que “é inadmissível que um local de trabalho se torne um local de perseguição e de violência psicológica por parte de outros colegas”.
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