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Opinião: Por que o Carnaval na Globo ficou tão chato

Na semana que passou, várias matérias na imprensa (inclusive deste que vos escreve) mostraram como a transmissão do Carnaval pela Globo perdeu público, relevância e, pior, anunciantes. Por que o Carnaval na Globo ficou chato?

Segundo o colunista Guilherme Ravache, do UOL, a transmissão do Carnaval pelo país é um dos eventos mais caros para a Globo, e mobiliza quase que toda a área técnica e de jornalismo.

Este ano, das cotas oferecidas pela emissora, só uma foi vendida. Para a Brahma.

Ainda é incalculável, diz Ravache, o tamanho do prejuízo que a TV Globo arcará com a transmissão em 2023.

Assista ao programa desta reportagem

Outras telas, outros mundos

Um dos motivos óbvios da perda de público nem precisa de pesquisa: o surgimento de uma infinidade de possibilidades de lazer digital dentro ou fora de casa.

Ninguém mais precisa ficar em casa para ver o Carnaval. E mais: é possível comentar tudo em tempo real.

Não podemos esquecer da explosão do streaming e do YouTube, com seu conteúdo infinito, disputando a atenção daquele que, antigamente, era só telespectador.

Há outros motivos

No entanto, para este jornalista, há um outro fator que fez o Carnaval perder a importância com o passar dos anos.

A absoluta mesmice das transmissões, que nunca mudaram de modelo.

A saber: um narrador trancado numa gaiola por até dez horas, sendo obrigado a improvisar quase que o tempo todo, e ainda comandando a entrada e saídas dos repórteres ao vivo.

Por sua vez, a maioria dos repórteres repetindo matérias de anos anteriores, como mesmo viés, as mesmas perguntas, a mesma ausência de reportagem e mais de oba-oba.

Parece a mesma cobertura todos os anos.

Tá na hora de mudar a cobertura do Carnaval na Globo

Vamos inovar?

Pois a mim parece que esse formato também empapuçou a anunciantes e telespectadores.

Este ano a cobertura foi particularmente triste por terem sido colocados jornalistas com evidente falta de traquejo nesse tipo de evento.

Por que não enriquecer a pauta antes durante e depois de cada desfile?

Cada escola fica mais de uma hora na passarela, então por que não jogar mini matérias de vez em quando na transmissão, com micro reportagens factuais e de comportamento daquelas comunidades?

Tem algum casal que se conheceu quando criança nas escolas?

Outras pautas e ações

Mais ideias de pautas?

  • Ora, como as pessoas vivem na região de cada escola, os problemas de transporte, economia, violência, alguma mãe que iria desfilar mas deu à luz bem no dia de carnaval; indivíduos marcantes ou curiosos de cada comunidade;
  • Quantas vezes a palavra alegria já foi usada nas letras daquela escola (ou qualquer outra palavra comum no Carnaval); famosos que torcem para ela, ou anônimos (o famoso “fala povo”) e, claro, interação com os telespectadores.
  • Votem no site, comentem nas redes, comentários e respostas publicados na tela.

E, quanto a votações para o telespectador-internauta, não precisam ser nada científicas.

Exemplos: que escola teve a melhor letra? Ou a melodia mais bonita? Quem foi a famosa mais deslumbrante da noite? Que repórter da Globo você gostou mais nessa transmissão?

Gente, é possível passar horas aqui tendo ideias de pautas que poderiam ser exibidas rapidamente durante toda a noite / madrugada e enriquecer a cobertura do evento.

Rodrigo Bocardi

Sugestões

Querem outra sugestão nestes tempos de luta pela igualdade e diversidade?

Dois narradores a cada noite, um de cada vez. Um homem, uma mulher.

Esqueçam essa história de dupla, isso só daria certo com dois profundos conhecedores da cultura carnavalesca e em perfeita sintonia e com igual carisma.

Esqueçam. Isso é impossível. Este ano, alguns momentos da transmissão do Carnaval chegaram a ser constrangedoras.

Então que tal mudarmos: dois narradores a cada noite, e que tenham tempo de estudar bastante cada escola e comunidade a qual vão narrar.

É possível, sim, deixar o carnaval menos chato.

Conheça o canal de Ricardo Feltrin no YouTube

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