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Opinião: Marcius Melhem cometeu erros, e não crimes

Desde dezembro de 2020 eu não publico minhas opiniões sobre Marcius Melhem, ex-ator e supervisor de Humor da Globo que foi acusado por 8 mulheres de assédio sexual.

Tenho me limitado a cobrir o caso na esfera policial, apontando erros graves e mentiras comprovados e incluídas na acusação.

O caso ficou conhecido do grande público em 4 de dezembro de 2020, em longa reportagem da revista “piauí”.

Quem é Marcius Melhem?

Se me fizessem essa pergunta até o dia 3 de dezembro de 2020, eu não saberia responder.

Nunca escrevi sobre ele, nunca acompanhei ou me interessei sobre sua carreira e sobre suas funções.

Jamais soube que ele teve cargo de chefia na Globo ou que era redator de programas como “Zorra Total”, “Zorra” e “Os Caras-de-Pau”. Para mim ele era apenas ator.

Eu e Melhem já conversamos, mas por necessidade estritamente jornalística. Ou seja, se o que eu quiser perguntar e tratar não envolver nenhum sigilo.

Acontece que ele e seus advogados são proibidos de falar sobre o processo, assim como a acusação.

Meu trabalho de jornalista

Mesmo assim procuro fazer minha parte como jornalista num caso que mergulhei de cabeça, por ter me sentido ludibriado e enganado pela narrativa de várias mulheres, que não se confirmou no mundo real das provas.

Entretanto, nestes últimos dois anos tive acesso a documentos, áudios, mensagens e fotos que me permitiram ter um vislumbre de quem é o jornalista, ator e redator Marcius Vinícius de Assis Melhem, 51 anos.

É sobre ele que vou falar hoje.

Roberto Cabrini entrevista Marcius Melhem

Mulherengo. E como.

Não seria louco de defender aqui que Melhem não seja um mulherengo. O chamado “galinha”. Não há sombra de dúvidas.

É “metido a sedutor”, como diz um colega que, inclusive, depôs a favor dele; é também um galanteador e traiu a ex-esposa.

Certamente também foi incômodo ou “invasivo” com alguma mulher, por causa desse estilo “metido a sedutor”.

Ele mesmo confessa isso a Cabrini e em mensagem de whats a uma ex-namorada com quem ficou por um ano, e que agora também o acusa (Verônica Debom) de assédio sexual.

Podia, mas não devia fazer

Na minha opinião, ele também não deveria ter mantido relacionamentos jamais com funcionárias abaixo do seu cargo na Globo.

Mas, vejam bem: NADA do que disse sobre ele nos últimos três parágrafos é crime segundo a legislação atual. Pelo contrário, no caso das relações com atrizes:

A Constituição Federal proíbe que uma empresa proíba funcionários de terem relacionamento, sejam longos, de matrimônio ou que durem uma tarde no motel. Não interessa que sejam chefes e subalternos.

Mas eu, pessoalmente, Ricardo Feltrin, acho isso errado por uma série de motivos. Todos porque sempre prejudicam a mulher.

Acusação falsa

“Ah mas ele usou o cargo para exigir ou conseguir favores sexuais das mulheres”.

Tenho ouvido e lido isso o tempo todo nos últimos 26 meses.

Só posso concluir que a fonte dessa acusação são as vozes da cabeça da pessoa que afirma, porque nem mesmo as acusadoras citaram um só exemplo disso.

Ou seja. Ele jamais cometeu um crime contra essas mulheres.

Tudo que li e ouvi e vi nesses dois anos comprovam que ele cometeu erros; pode ter sido pentelho e desrespeitoso; grosso. Mas, jamais cometeu crimes segundo a lei que rege a sociedade. Nenhum.

A advogada Mayra Cotta e as acusadoras de Melhem

Investiguei o grupo das 8

Veja bem de novo, leitores queridos e atentos: eu estou falando que ele é inocente neste caso específico , o caso em que passei dois anos investigando.

Se amanhã ou depois aparecer uma figurante da Globo, casada, grávida, acusando Melhem de estupro, vou investigar também.

Mas, só posso ser responsável pelas pessoas e períodos que investiguei numa acusação (pesadíssima) contra uma pessoa.

Porque a “narrativa” por 1 ano e meio foi assim:

Melhem começou como assediador sexual em entrevista a Mônica Bergamo;

Em seguida, virou predador sexual em duas reportagens da “piauí”; mais tarde foi apontado como suspeito de “estupro” pela própria advogada das acusadoras, dra Mayra Cotta, que por sinal está envolvida diretamente nestas três acusações.

Pois ele não é nada disso.

A importância do caso

Como disse muito bem uma atriz a este jornalista, o caso é importante em si porque está levantando uma discussão e uma bandeira importante dentro da sociedade e do Brasil:

A guerra que temos de declarar contra o crime de assédio em empresas ou fora delas.

Concordo plenamente.

Mas outra discussão importante que precisamos discutir é o uso dessa luta pelas mulheres (sim, mulheres) em busca de vingança ou por crueldade, contra inocentes, sejam ex-maridos, parentes ou chefes.

Dani Calabresa, o “marco zero” deste caso

Não há gênero sem maldade

Não adianta tentar mudar o foco disso: assim como há homens perversos, há mulheres iguaizinhas. E o ódio está presente em ambos.

Quem acusa uma pessoa de um crime tão grave como o que essas mulheres o acusaram, precisa pagar por isso também

Não é possível permitir que a bandeira contra a violência contra a mulher, o feminicídio, a misoginia sejam usados por oportunistas ou gente mesquinha de quaisquer gêneros. Ponto.

Zona cinzenta

Outro ponto importante que este caso levantar é discutirmos a chamada “zona cinzenta” das relações sociais.

O mulherengo pode ser um predador? Em que momento o homem “galinha” vira um agressor? Qual o limite entre a (tentativa de) sedução e o assédio?

Acho importante que a gente discuta isso.

Assim como é vital que discutamos se é certo que mulheres mantenham COMPROVADAMENTE relação carinhosa e íntima com alguém por anos; fazendo declarações de amor, pornográficas, mandando nudes, jogando charme, pedindo favores…

E apareça anos depois dizendo que tudo isso era fingimento, apesar de, neste caso Calabresa, terem tudo dez anos para denunciá-lo no mais absoluto sigilo dentro da Globo e até nas autoridades.

Uma coisa é certa: esse caso já baixou a bola de muito galinha, de muito mulherengo, de muito garanhão, e de muito homem “metido a sedutor”. Dentro da Globo e fora dela.

Todos enfiando o rabo nas pernas, isso é certo.

E é uma ótima notícia.

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