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Tinder: Como foi passar 1 mês no app de namoro

Homem sozinho olha o por de sol

Por um mês eu assinei o pacote Gold do Tinder. O aplicativo completa 10 anos este mês como um dos produtos mais bem-sucedidos da era digital. Vou relatar aqui minha experiência.

Comecei obviamente pelo Tinder gratuito, mas notei que ele rapidamente deixa de atender ao usuário, porque tem um limite de “curtidas”.

Vamos ao beabá para quem não sabe: no aplicativo aparecem fotos de homens, mulheres, trans etc., e os demais usuários do serviço.

Então você escolhe a faixa etária e a distância que o futuro “crush” deverá ter (ainda não dá pra escolher aparência: se loira, morena, loirena, baixinha, cheinha, magrinha, alta etc.)

Os perfis podem ter mais algumas informações sobre a pessoa, caso ela tenha incluído. Algumas colocam frases de efeito ?.

Eu preferi deixar claro que bozolinas não seriam bem-vindas.

Bozolinas fora
Deixei claro que “fiéis” daquele cujo nome não pode ser pronunciado ? não são bem-vindas

Porém, no Tinder gratuito, não é possível ficar deslizando as fotos para a direita (curti) ou para a esquerda (não curti) indefinidamente.

Como as curtidas esgotam, e aí você só poderá voltar a usar o app no dia seguinte.

Considerado o aplicativo de namoro mais famoso do mundo, o Tinder tem cerca de 75 milhões de usuários, sendo que 10% aproximadamente pagam por pacotes (o site Ooops pediu à comunicação da empresa dados específicos do Brasil, mas não foi atendido ?).

Encerrada a curtição do dia, ou você migra para os pacotes pagos “Gold” (R$ 29,99) ou “Platinum” (R$ 39,99), ambos sem limite de curtidas, ou segue no seu planozinho xexelento, mas gratuito.

Vou me antecipar: leitores podem se perguntar o que as lindas orientais logo abaixo têm a ver com minha experiência no Tinder. Explicá-lo-ei.

20% perfis fakes

Como sou hetero, procurando mulheres, passei a ver essas mesmas moças orientais em absolutamente qualquer faixa etária que eu escolhia.

Repetindo: Você pode escolher a faixa etária das parceiras (os) que pretende conhecer, assim como a distância máxima em que ela(e) deve morar.

Desconfiado, comecei a escolher todas as faixas: de mulheres mais novas ou mais velhas que meus 59 anos, de qualquer distância.

E eis que não param mais de aparecer garotas orientais.

Orientais de mentira pululam no Tinder
Garotas asiáticas que aparecem em todas as faixas etárias no Tinder são uma armadilha para fazer o usuário pagar por um plano

Garotas orientais

Pois essas meninas com cara de personagem de mangá continuavam aparecendo. Pensei: mas que diabos? E por que sempre esse filtro do Akira Toriyama ? ?

Foi um mistério fácil de resolver.

Calculei que 2 a cada 10 mulheres que apareciam na minha “lista” de interesses eram orientais iguaizinhas às da foto acima.

Mulheres de 35? São as meninas acima. Quarentonas? Pois são elas também.

Quer conhecer uma mulher de 28 anos em pleno retorno de Saturno? Bingo!

Por que elas são onipresentes? Por que aparecem o tempo todo? ?

Minha opinião: ou são perfis fakes ou são perfis reais usados por outros usuários.

Ou quem sabe não são usados pelo próprio Tinder? Ou pelo menos que o app tenha pleno conhecimento dessa “manobra” e não a reprima ?.

O pior é que vi algumas garotas que nem sequer eram reais. Eram criações digitais.

Expectativa
Expectativa era conhecer alguém, mas ninguém me amou

Assine o Gold! Assine!

Contudo, por que o próprio Tinder faria isso? Ora, porque essas garotas são atraentes e fazem o desavisado assinante calouro e gratuito curti-las.

Notem que elas têm um padrão e biotipo que atraem principalmente “nerds” que amam a cultura japonesa, por exemplo. Agora pensem:

Em suma, como aparecem muito, são curtidas muito, até o pobre diabo bater na parede do “fim das curtidas por hoje”. O que ele vai fazer? Muitos vão virar assinantes.

Porém –e sempre há o porém–, se o usuário for só um pouquinho esperto, logo vai notar que, por suposta obra dos Céus, TODAS essas “Sakura Captors” estão a cerca de 4 km de distância dele.

Todavia quase sempre têm algum interesse em comum, não é incrível, minha gente? ?‍♂️

São fotos “chamarizes” de curtidas para estimular os incautos a fazer planos pagos. É batata.

Perguntei ao Tinder, por meio de sua Comunicação, sobre o “mistério” das japonesinhas e o aplicativo não respondeu também ?.

Eu no Tinder

Em um mês no app, não conheci pessoalmente nenhuma garota. Nem cheguei perto disso.

Mas, para ser 100% sincero, conheci, sim, uma mulher maravilhosa no Tinder, em 2015.

Mal instalei o app e ela já apareceu. Era uma auxiliar de enfermagem, desempregada, e com quem mantive uma relação tórrida (e aberta) por mais de três anos. Somos amigos até hoje.

Porém, dessa vez não tive a mesma sorte. Quer dizer, no começo até achei que sim.

A primeira garota que rolou um “match” tinha 29 anos e era uma pernambucana maravilhosa.

Como tenho autoestima baixa, logo pensei: ou ela não olhou direito, ou deu match sem querer, ou tem um gosto exótico, ou entãããããão…

(interrompemos esta coluna para a leitora lacradora de plantão):

Ainnnnn! Ou então o quê??? Seu machista! ?

  • Eu nem terminei a frase, dona! ?

O primeiro “match”

Outro problema da baixa autoestima é não saber começar uma conversa. Nunca soube. Sei até “dar corda”, mas, se eu começo, passa a ser um desastre em andamento.

Mas, lá fui eu com meu básico “oi” seguido do mais neutro dos “emojis” para tentar a pernambucana maravilhosa de supostos 29 anos. ?

Vou transcrever o diálogo pra vocês:

Eu: Oi ?
Ela: Oi, tudo bem? Onde você mora?
Eu: Bairro tal.
Ela: Amor, busco alguém que me ajude.
Eu: Não entendi.
Ela: Relacionamento com benefícios.
Eu: Hein?
Ela: Esse é o meu interesse.
Eu: Não captei.
Ela: Amor! É normal, é só um encontro de sexo e tal. Normal. Tradicional.
Eu: Era só você ter falado que é acompanhante ou GP ?
Ela: Okay.

Fim do match.

Personagens de Charlie Brown filosofam num banco de praça
Decepção não mata, mas chateia

(quase) Só decepções

Além da raiva de ver as “maledetas” orientais passando o tempo todo na tela, o resto do mês foi apenas de decepção ou tédio.

Às vezes logo de manhã ouvia o toque de que rolou curtida ou match.

Sim, algumas garotas me curtiram, mas também houve alguns “crushs” que eu mesmo acabei me perguntando se tinha usado o aplicativo bêbado.

Afinal, se deu “crush” é porque eu tinha curtido aquelas pessoas.

Apareceram muitas mulheres fora das faixas etárias ou das distâncias que eu selecionei, mas o motivo é que elas curtiram o velhote aqui ?. Foram elas que selecionaram as faixas etárias dos homens que idealizaram (sic).

Impressionante como eu atraio garotas na faixa dos 24 a 27 anos.

Apesar disso, todas que apareceram, SEM EXCEÇÃO, estavam atrás do tal relacionamento com benefício. Pensei: devo ter cara de bem-sucedido ou talvez de gringo com euros ?.

A última “crushilda”

Uns três dias antes de iniciar essa série sobre os dez anos do Tinder, dei “match” com uma linda advogada, 33 anos. Era carismática e engraçada, segundo as trocas de mensagens iniciais.

Achei que poderia até acontecer algo.

Tentei levar a conversa da DM do Tinder para o Whatsapp, mas não funcionou.

Acho um porre trocar mensagens em apps que não são de mensagens.

E assim, de forma melancólica e solitária, terminou minha experiência de um mês no Tinder.

Adendo: as tais orientais não dão “match” com ninguém. É porque robô não vota e nem dá “match” #FORABOZO ?

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