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Crítica de cinema: Em Suburbicon, racismo é pano de fundo de tragédia branca

Alguns críticos de cinema andaram escrevendo que o novo filme dirigido por George Clooney, “Suburbicon”, tem tudo a ver com a era Donald Trump.

Pode ser.

De forma jocosa, o longa –que tem Matt Damon no papel principal– de fato trata de racismo e intolerância. Mas, na verdade, o racismo (contra negros) é só um pano de fundo sarcástico para a obra abordar a maldade, a violência e a barbárie das pessoas comuns.

Ou que pelo menos aquelas que você acha que são comuns (as brancas, bem entendido).

Vamos contextualizar:

No pós-Guerra há um  “boom” de condomínios idílicos construídos no subúrbios das grandes cidades dos Estados Unidos.

São uma espécie de oásis destinados a manter a classe média BRANCA longe dos centros violentos, e com todas as comodidades: shoppings, empregos, lazer… tudo está dentro de “Suburbicon”.

Qualquer semelhança com a paulista Alphaville não é mera coincidência. Ou é? ?

A CHEGADA DOS NEGROS

Até que um dia uma família classe média negra muda para o mavioso condomínio, causando revolta e ódio entre os arrogantes  e hipócritas moradores brancos.

A família negra muda justamente em frente à casa de Gardner Lodge, um executivo que está financeiramente quebrado e que, apesar do temperamento calmo, não passa de um cafajeste. Mas isso você vai descobrir com o tempo…

Lodge vive com a mulher e a irmã dela (ambas interpretadas por Julianne Moore). Sua mulher está entrevada numa cadeira de rodas, e só mais tarde o espectador fica sabendo o porquê, além de outros detalhes sórdidos da família.

Enquanto isso moradores brancos do condomínio passam 24 horas por dia se revezando e fazendo protestos e barulho em volta da casa dos novos moradores negros. Estes estão acuados e apavorados, porém decididos a permanecer ali.

Enquanto o protesto anti-negros rola solto, o espectador se choca com a série de horrores que os personagens brancos se meterão.

SÁTIRA DE HORROR

O filme é obviamente uma sátira agressiva do começo ao fim –nada incomum em se tratando de roteiros dos famosos irmãos Cohen (Ethan e Joel), que assinam o script em parceria com Clooney. Talvez o filme pudesse  ser melhor definido como uma comédia de horror.

O problema é que o filme não decola e, mesmo tendo estrelas do nível de Damon ou Moore, quem brilha em quase duas horas é o mini-ator Noah Jupe, que interpreta o filho do insensível Gardner Lodge.

Embora o filme não seja maravilhoso, a atuação de Jupe o é, e já valerá o dinheiro do seu ingresso. É simplesmente comovente.

Filme: Suburbicon: Bem-Vindos ao Paraíso

Onde: Em cartaz nos cinemas

Direção: George Clooney

Avaliação: Razoável ?

Leia outras críticas de cinema no site Ooops, de Ricardo Feltrin

Veja o trailer de “Suburbicon”, dirigido por George Clooney

https://www.youtube.com/watch?v=FhVICQ7shRs

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